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A Guerra Mundo

Hamas acusa israelitas de "política de assassinato" por ataque a ONG

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O grupo islamita Hamas acusou hoje Israel de ter uma "política de assassínio de inocentes", após a morte de sete trabalhadores humanitários da organização World Central Kitchen num ataque das Forças de Defesa de Israel.

"Condenamos nos termos mais fortes os ataques do exército de ocupação sionista contra os trabalhadores da World Central Kitchen, no sul de Deir al-Balah", afirmou o Hamas num comunicado divulgado pelo jornal Felesteen, de Gaza.

"Este crime confirma mais uma vez que a ocupação ainda insiste na sua política de assassínios sistemáticos contra civis indefesos, contra equipas de ajuda internacionais e organizações humanitárias, como parte dos seus esforços para aterrorizar os seus trabalhadores", acusou o Hamas.

A guerra de Israel contra o grupo islamita foi desencadeada depois de militantes do Hamas terem atacado o território israelita em 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando mais de duas centenas.

"A continuação dos crimes sionistas exige que todas as pessoas livres no mundo levantem a sua voz e exerçam mais pressão para parar os crimes genocidas sionistas na Faixa de Gaza. A vergonha recairá sobre todos aqueles que permanecerem silenciosos e negligentes", afirmou o braço armado do Hamas.

A WCK anunciou hoje a suspensão das atividades na Faixa de Gaza, após a morte de sete funcionários de ajuda humanitária num ataque aéreo israelita.

"A World Central Kitchen está desolada por confirmar que sete membros da nossa equipa foram mortos em Gaza num ataque das Forças de Defesa de Israel (FDI)", disse a ONG.

Entre as vítimas estão cidadãos da "Austrália, Polónia, Reino Unido, um cidadão com dupla nacionalidade norte-americana e canadiana e três palestinianos", afirmou, em comunicado.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 07 de outubro, a WCK tem participado nos esforços de socorro, no fornecimento de refeições aos residentes de Gaza.

A WCK é uma das duas ONG ativamente envolvidas na entrega de ajuda a Gaza por barco a partir de Chipre e também esteve envolvida na construção de um cais temporário.

Fundada pelo 'chef' espanhol José Andrés, a ONG indicou que a equipa viajava numa caravana humanitária composta por "dois carros blindados com o logótipo WCK e um veículo ligeiro" no momento do ataque.

"Apesar de coordenar os movimentos com o exército israelita, a caravana foi atingida ao sair do armazém de Deir al-Balah, onde a equipa tinha descarregado mais de 100 toneladas de ajuda alimentar humanitária transportada para Gaza por via marítima", acrescentou.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, admitiu hoje que o exército israelita matou "sem querer" os sete trabalhadores humanitários.

"Infelizmente, no último dia houve um caso trágico em que as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza", disse Netanyahu, reiterando que o incidente será objeto de uma investigação exaustiva e afirmando que tais coisas "acontecem na guerra".