Próximos de Alexei Navalny, o líder oposicionista russo que morreu na prisão na Sibéria, disseram hoje que o aliado mais chegado deste e seu principal estrategista foi atacado hoje perto da sua residência na capital da Lituânia.

Kira Yarmysh, que foi porta-voz de Navalny, disse que o atacante partiu uma janela do carro de Leonid Volkov, lançou gás lacrimogéneo e começou a agredi-lo com um martelo. Mais tarde Volkov foi levado a um hospital, segundo Ivan Zhdanov, um aliado de Navalny.

O ataque aconteceu em Vilnius cerca de um mês depois da morte, ainda por explicar, em uma remota colónia penal no Ártico, do mais forte crítico de Putin. Navalny estava a cumprir uma pena de 19 anos de prisão, por acusações de extremismo consideradas como politicamente motivadas.

Navalny, um militante anticorrupção e o opositor russo mais conhecido, estava detido desde janeiro de 2021, depois de regressar a Moscovo para enfrentar uma detenção certa, depois de ter estado na Alemanha a recuperar de um envenenamento atribuído ao Kremlin.

Volkov costumava dirigir as campanhas eleitorais de Navalny, que concorreu para presidente da Câmara de Moscovo em 2013 e procurou desafiar Putin nas presidenciais de 2018.

Volkov saiu da Federação Russa há vários anos, sob pressão dos dirigentes de Moscovo.

O meio noticioso independente russo Meduza divulgou que tinha entrevistado Volkov horas antes do ataque de que foi vítima, perguntando-lhe sobre os riscos que correm os membros da equipa de Navalny. "O principal risco é o de sermos todos mortos", disse Volkov, segundo o Medusa.