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"Estabilidade é nós garantirmos, estabilidade na vida das pessoas"

Pedro Nuno Santos recusa-se a fechar acordos sobre Orçamento que não conhece; Montenegro disposto a conversar com todos os partidos

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“Quando nós apresentarmos uma proposta de Orçamento do Estado na Assembleia da República, iniciaremos aquilo que é normal, que é democrático, que é saudável numa democracia, que é estabelecer contatos, negociações, conversas com todos os partidos do arco parlamentar, que tenham representação parlamentar, com certeza que apelando ao sentido de responsabilidade e respeito pela pronúncia popular das eleições, e em particular fazê-lo junto do principal partido da oposição”.

Foi assim, que Luís Montenegro respondeu à primeira pergunta ‘quente’ do debate televiso que coloca o presidente do PSD frente a frente com Pedro Nuno Santos, o secretário-geral do PS.

“O principal partido da oposição deve deixar passar o primeiro orçamento do governo de sair destas eleições?”, foi a questão lançada pela jornalista Clara de Sousa, que modera o debate, transmitido em directo, a partir das 20h30, pelas três televisões generalistas em canal aberto, conjunto com João Adelino Faria e Sara Pinto.

“Os governos devem exercer a sua missão com capacidade de diálogo ainda mais reforçada (...) com todos os partidos, a começar pelo principal partido da oposição, que nessa ocasião será o Partido Socialista”, vincou o responsável pela Aliança Democrática (AD), que admitiu governar em maioria relativa, casos não consiga alcançar a maioria absoluta.

Por seu turno, Pedro Nuno Santos assumiu que “o Partido Socialista, se não ganhar (…) não apresentará uma moção de rejeição se houver uma vitória da AD”.

Não obstante, afirmou categoricamente, relativamente aos orçamentos, “o pior serviço que nós poderíamos prestar à nossa democracia era nós fazermos aqui um negócio sobre um documento que não é conhecido”.

“Nem em nome da estabilidade?”, insistiu a jornalista.

“A estabilidade depende também das soluções, e nós na realidade temos visões muito diferentes (…). E, portanto, orçamentos com a aventura fiscal, com irresponsabilidade orçamental, que iniciem em um caminho para o definhamento do SNS, dificilmente terão, como devem compreender, o voto favorável pro Partido Socialista”, contrapôs o secretário-geral do PS.

“Estabilidade é nós garantirmos estabilidade na vida das pessoas, estabilidade na economia e estabilidade na vida social e nós achamos que isso não será nunca possível com o dever liderado pelo Luís Montenegro”, reforçou, para depois acrescentar: “Mas há abertura para alguns entendimentos”.

Este é o último dos 28 debates que, desde 5 de Fevereiro, colocaram frente a frente os líderes dos oito partidos com assento parlamentar.