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Ministro da Defesa da Venezuela condena "conspirações" contra Nicolás Maduro

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Foto AFP

O ministro da Defesa da Venezuela acusou hoje as agências dos Estados Unidos de informações externas (CIA) e antinarcotráfico (DEA) de tentar derrubar o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

A acusação do ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López foi feita numa alocução ao país em que pediu tolerância zero para com os conspiradores, no mesmo dia em que o Ministério Público anunciou mandados de detenção para 31 civis e militares alegadamente envolvidos em cinco conspirações.

"No decurso de 2023 e início de 2024, vimos com indignação que a extrema-direita venezuelana, com o apoio descarado da CIA e a DEA, retomaram o guião desgastado do golpismo, da ingerência e do intervencionismo na Venezuela; mecanismos perversos utilizados na sua procura desesperada de tomar o poder político", disse o ministro.

Segundo Vladimir Padrino López, "no âmbito destas ações, lamentavelmente, conseguiram recrutar profissionais das FANB, alguns no ativo e outros na Reserva Ativa, que de forma mercenária se prestaram abertamente à vileza e à traição".

"Felizmente, a instituição conta com anticorpos entre os seus integrantes, e os organismos de contraespionagem detetaram cinco conspirações no último ano, que foram devidamente neutralizadas, destacando-se as que contemplavam o assassinato do Presidente da República [Nicolás Maduro]", explicou.

O ministro leu um comunicado em que as FANB afirmavam "condenar categoricamente" esses atos "criminosos e terroristas que atentam flagrantemente contra o sistema de governo legitimamente constituído, as autoridades e instituições do Estado e a paz do povo venezuelano".

"Teremos tolerância zero para com traidores sem escrúpulos, pelo que solicitámos ao nosso Comandante em Chefe [Nicolás Maduro] a sua imediata destituição e expulsão da FANB, conforme as tradições e códigos morais da organização, sem prejuízo das consequências que derivam da aplicação férrea da justiça, para a qual advogamos, perante as instituições competentes, as penas máximas", disse.

López disse ser importante ter presente que face às eleições presidenciais previstas para este ano, "o imperialismo e os seus aliados subordinados" dentro e fora do país, "tentarão sabotar a paz nacional e a recuperação económica e social em curso, através de uma estratégia que nos conduza de novo à violência, à polarização e à fragmentação da sociedade".

Também as FANB proclamaram em comunicado "absoluta lealdade e apoio incondicional" ao Presidente, apelando ao povo para não cair em provocações violentas.

O Ministério Público da Venezuela anunciou hoje que 31 pessoas, entre elas civis e militares, foram detidos, desde maio de 2023, pelo alegado envolvimento em cinco conspirações contra o atual Governo, que incluíam o assassinato do Presidente Nicolás Maduro.

O anúncio foi feito pelo procurador-geral, Tarek William Saab, numa conferência de imprensa em Caracas, em que anunciou novos mandados de detenção, contra jornalistas, youtubers, ativistas dos Direitos Humanos e ex-militares.