5 Sentidos

Obra recorda como tudo começou na hotelaria da Madeira

'Hotéis (entre as décadas de 1880 e 1960)' dá a conhecer a história da hotelaria da Madeira

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A obra 'Hotéis (entre as décadas de 1880 e 1960)' apresentada esta quinta-feira, 7 de Setembro, na Sala Bellevue, do hotel Savoy Palace, permite recordar como tudo começou na hotelaria da Madeira e dar a conhecer a arte do bem receber característica da Região. 

“Reconstruir o passado, avivar recordações e perpetuar na memória aquilo que foi também a história do turismo madeirense”, começou por explicar, na ocasião, a Susana Caldeira, a principal autora do livro, acrescentando que neste catálogo foram selecionadas diversas fotografias de fotógrafos que vieram à Madeira, em visita e registaram os momentos.

O principal objectivo desta colecção é dar a conhecer a história da Madeira, através da lente de fotógrafos que em determinada altura fizeram estes registos, que hoje constituem espólios fotográficos, que têm origem no Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicentes e que se encontram actualmente depositados no Arquivo e Biblioteca da Madeira Susana Caldeira

O livro conta com uma contextualização do que foi o turismo da Madeira, nomeadamente o turismo de passagem, que diz respeito às embarcações que se deslocavam à ilha para abastecer, visitas de estrangeiros, de nacionalidade britânica, que em viagens de negócio ou de lazer registavam as suas estadas e davam a conhecer a ilha, através dos seus registos e pessoas que vinham à Madeira à procura da cura para as “suas aflições de saúde”.

Foi a partir do século XIX que começou-se a perceber a necessidade em criar infra-estruturas, com bens e serviços, que pudessem atrair forasteiros que buscavam momentos de lazer e beleza paisagística, a natureza.

Também o secretário regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus realçou a “arte de bem receber” da Madeira, uma tradição que remonta ao início do acolhimento de pessoas de fora. “A Madeira goza da arte do bem receber porque as pessoas eram recebidas nas quintas. Uma quinta era um sítio onde habitavam pessoas de cá, de forma permanente ou intermitente. O ambiente era familiar”.

Sobre o 'Hotéis (entre as décadas de 1880 e 1960)’, o secretário menciona que o livro permite ter a “dimensão do requinte e da decoração da altura [século XIX]”. “O primor com que as coisas eram feitas e, sobretudo, da exclusividade com que as coisas eram feitas”, disse.

A edição, simultaneamente em língua portuguesa e inglês, vai permitir levar o conhecimento a várias pessoas. “Todos estes números estarão publicados em português e em língua inglesa, o que significa que este conhecimento pode ser absorvido das mais diversas nacionalidades”, afirma Eduardo Jesus.

A obra editada pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura, através da Direcção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira (DRABM), teve o apoio, a título de mecenato, da Savoy Signature.

Roberto Santa Clara, CEO da Savoy Signature, realçou o “forte compromisso” quer nas áreas culturais, quer nas áreas da responsabilidade social, afirmando que este livro permite recordar como tudo começou. “Esta obra recorda-nos como tudo começou, a evolução da oferta, mas também o nosso perfil de cliente”

Ainda assim, não deixa de afirmar que a colecção coloca pressão no sector hoteleiro: “Coloca também uma pressão a todos nós, que trabalhamos no sector, uma responsabilidade acrescida para sermos dignos, no futuro, de continuarmos a contribuir para o turismo da Madeira”.

A concluir, Eduardo Jesus lança o repto para que o Savoy, por si, seja objecto de uma publicação. “É um hotel que tem uma longevidade que conhecemos, que tem diferentes edifícios, em diferentes edifícios, em diferentes alturas da nossa vida turística e com um registo muito interessante”.