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Museu Etnográfico recebe mostra sobre antigos sistemas de abastecimento de água

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O Museu Etnográfico da Madeira (MEM) inaugurou esta terça-feira, 26 de Setembro, 'AQVA e ÁGUA, Sobre Aquedutos', um projecto do museólogo Pedro Inácio, dedicado aos antigos sistemas de abastecimento de água (gravíticos). 

Hoje durante a apresentação da mostra, Pedro Inácio, explicou que esta exposição fotográfica apresenta 30 aquedutos, localizados na Península Ibérica, a sua maioria construídos entre os séculos XVI e XIX, entre outros que remontam ao Império Romano. "É para mim uma grande honra poder apresentar neste magnífico museu, um trabalho dedicado aos antigos sistemas de abastecimento de água gravítico, os quais construídos aproximadamente há 2.000 mil anos".

Neste contexto e através desta mostra fotográfica, podemos observar uma diversificada tipologia de aquedutos, que em diferentes épocas históricas, permitiu o fornecimento regular de água contribuindo desta forma para o desenvolvimento do povoamento humano em diversos territórios". Pedro Inácio. 

  Esta exposição, promovida pela Secretaria Regional do Turismo e da Cultura, pretende associar-se ao Dia Nacional da Água e à candidatura das Levadas, existentes na ilha da Madeira, a Património Mundial da UNESCO.  

As imagens que integram a exposição resultam do levantamento fotográfico e do trabalho de inventário, iniciado em 2007, tendo por objectivo a edição de um roteiro dedicado aos antigos aquedutos.

É sabido que a função dos aquedutos, enquanto obras de engenharia hidráulica, teve como objectivo a captação, a adopção e a distribuição de água para o abastecimento público e privado e ainda para o uso agrícola. Pedro Inácio. 

Através das trinta fotografias selecionadas, é possível evidenciar 25 aquedutos localizados em Portugal e cinco construídos em Espanha, alguns dos quais remontam à época romana, ainda em 'AQVA e ÁGUA, Sobre Aquedutos' estão patentes duas infra-estruturas de "referência" na Madeira, construídas no século XIX: o aqueduto da Serra d'Água, na Ribeira Braba, e o aqueduto de Machico. 

O museólogo lamenta que apesar da importância destes monumentos "muitos" têm sido esquecidos "e de certa forma desprezados", afirmando a necessidade de salvaguarda-los e preserva-los "tanto na paisagem rural, como na paisagem urbana". 

Um dos objectivos desta mostra fotográfica, sustentada pelo trabalho de inventariação e investigação realizados nos últimos 16 anos, é justamente sensibilizar todos os cidadãos para esta real problemática, procurando divulgar nacional e internacionalmente este valioso património cultural da água. Pedro Inácio. 

O secretário regional do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, aponta igualmente que esta exposição pretende enfatizar a necessidade da preservação. "A exposição ajuda também a relembrar a necessidade dessa preservação muito para além da questão funcional. Naturalmente que é património edificado, património funcional, mas nós não podemos deixar que desapareça da nossa paisagem. Recai sobre todos nós a responsabilidade de preservação", disse.

Enquanto os aquedutos prestam a sua função no transporte da água, ninguém questiona a sua existência. Mas se esta função deixa de existir, que é a função primária da sua construção, passa a ser património que fica vulnerável ao tempo. Se olharmos para os aquedutos que ainda hoje estão ainda ao serviço do transporte da água, eles mantêm-se em um estado de conservação diferente daqueles que são apenas ruínas do passado com vestígios dessa mesma construção. Eduardo Jesus. 

No âmbito da exposição será também promovida a palestra sobre 'O Património da Água' no espaço de exposição permanente – Piso 1 do MEM, a partir das 16h30 de amanhã. Com a participação de Pedro Inácio, Rocha da Silva e Susana Fontinha a iniciativa pretende assinalar, antecipadamente, o Dia Nacional da Água, cuja celebração tem lugar a 1 de Outubro. A palestra tem entrada livre.