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Regionais 2023 Madeira

Mortágua acusa Albuquerque de trair os madeirenses para defender poderosos

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Foto Lusa

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, acusou hoje o presidente do Governo Regional da Madeira de estar obcecado com a "euforia milionária do imobiliário" e de ter traído e abandonado o povo para defender os interesses dos "poderosos".

"O que é que se diz de um Governo que abandonou o povo para ser o representante dos interesses dos poderosos, da elite e dos especuladores? Diz-se traição. Miguel Albuquerque traiu a Madeira e traiu os madeirenses", afirmou Mariana Mortágua.

A coordenadora bloquista salientou que Miguel Albuquerque, presidente do executivo madeirense desde 2015 e candidato pela coligação PSD/CDS-PP nas eleições de domingo, tem destacado nos seus comícios que "nunca se vendeu tão caro" e que nunca houve tantos estrangeiros não residentes a comprarem casas no arquipélago.

"É isto que anda a dizer Miguel Albuquerque nos seus comícios na campanha na Madeira. Estão obcecados. O PSD está obcecado com a euforia milionária do imobiliário, com a elite, com o privilégio, com os negócios loucos que dão tanto a ganhar a um punhado de gente", criticou.

O BE promoveu hoje, no último dia de campanha para as eleições legislativas da Madeira de domingo, uma arruada no centro do Funchal, na qual não foram prestadas quaisquer declarações aos jornalistas.

A comitiva deslocou-se, uma hora depois, para a Praça Amarela, onde foram realizados os discursos oficiais da coordenadora bloquista, do cabeça de lista às regionais, Roberto Almada, assim como da ex-coordenadora do BE Catarina Martins e da coordenadora regional do partido, Dina Letra, que é a número dois às eleições regionais.

Mariana Mortágua realçou que os cerca de 30% de madeirenses em risco de pobreza, os preços da habitação, os ataques ambientais, assim como os impostos na Madeira são "fruto da traição de um governo que usa os recursos de todos para enriquecer alguns".

A coordenadora do BE questionou, assim, se é esta a voz que os madeirenses querem que os defenda no parlamento regional.

"Quando chega a altura de falar, Miguel Albuquerque só levanta a voz para defender os vistos 'gold' e a especulação. É essa a voz que querem que vos defenda no parlamento regional?", insistiu.

Mariana Mortágua deixou também críticas aos partidos de direita, acusando-os de ter "tudo em comum com o programa do PSD", exceto o facto de não terem, embora queiram, um lugar no Governo Regional.

Dirigindo-se depois ao PS, Mortágua questionou: "É o PS que usa a sua voz para dizer que na Madeira não há monopólios?".

A coordenadora do Bloco de Esquerda deixou a garantia de que o BE é a voz que se vai levantar contra os vistos 'gold' e que vai dizer "que a elite russa não pode vir à Madeira lavar o seu dinheiro".

"Está aqui a voz que dirá, frontalmente, cara a cara, a Miguel Albuquerque que a Madeira não é o seu quintal e não se vende aos bocados a quem dá mais. A Madeira pertence a quem quer aqui viver e fazer a sua vida", concluiu.

Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.