Turismo Madeira

Dormidas no alojamento turístico na Madeira diminuem pelo segundo mês seguido face a 2022

Números do INE não contemplam o vasto Alojamento Local com menos de 10 camas. Números da DREM, que incluem esse subsector, revelam mais de 1 milhão de dormidas em Julho, o que acontece pelo segundo ano consecutivo neste mês

Foto Shutterstock
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As estimativas rápidas do alojamento turístico em Portugal, referentes ao mês de Julho, mostram que "as regiões com maiores crescimentos foram o Alentejo (+8,6%), o Norte (+6,4%) e o Centro (+4,8%). As dormidas na RA Açores e no Algarve diminuíram pela primeira vez desde Março de 2021 (-2,8% e -1,8%, respetivamente)" e na "na RA Madeira, as dormidas diminuíram pelo segundo mês consecutivo (-1,3%), após o período de crescimento que se iniciou em Abril de 2021", enquanto que "o Algarve concentrou 32,0% das dormidas, seguido da AM Lisboa (22,7%) e do Norte (16,2%)", informa o INE - Instituto Nacional de Estatística.

Contudo, apesar desse possível dado negativo, é preciso referir que os dados do INE continuam a não ter em conta o Alojamento Local com menos de 10 camas, incluindo na Madeira, que é um subsector que até tem um peso crucial. Basta ver mais abaixo os dados disponibilizados pela DREM - Direcção Regional de Estatística da Madeira, que faz as contas por todo o AL no que aos hóspedes e dormidas, inclusive.

Continuando com os dados do INE, "comparando com Julho de 2019, o Algarve continuou a registar um decréscimo (-6,0%, -7,4% em junho). Nas restantes regiões, continuaram a registar-se crescimentos, que tiveram maior expressão no Norte (+21,7%) e na RA Madeira (+21,1%)", revela o dado ainda positivo. Refira-se que as dormidas no alojamento turístico na Madeira, contabilizados pelo INE, apontam para mais de 904 mil dormidas em Julho e um acumulado desde Janeiro que ascende a quase 5,255 milhões de dormidas (+14,8% face aos primeiros sete meses de 2022).

"Ainda face a Julho de 2019, as dormidas de residentes registaram um decréscimo na RA Açores (-13,3%), pela primeira vez desde Agosto de 2022", destaca o INE. "No Algarve, as dormidas também diminuíram face a 2019 (-4,1%), enquanto a RA Madeira continuou a destacar-se com um crescimento de 41,5%, seguindo-se o Centro (+24,4%) e o Norte (+23,4%). O Algarve foi a única região onde as dormidas de não residentes continuaram a registar decréscimos face a 2019 (-6,8%). Os maiores crescimentos registaram-se no Norte (+20,7%), na RA Açores (+18,0%) e na RA Madeira (+17,6%)", frisa. Vide quadro de resumo.

Por outro lado, acrescenta o INE, "em Julho, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,78 noites) diminuiu 2,7% (-3,1% em Junho)", com o Norte e RA Açores a serem a "excepção, sendo as únicas regiões com aumentos, ainda que ligeiros, da estada média (+0,4% e +0,1%, respetivamente)". Na Madeira a estada média calculada foi de 4,81 noites (-2,4%) em Julho, sendo que no acumulado de Janeiro a Julho é de 4,49 noites (-3,1% face ao período homólogo).

"A estada média dos residentes (2,29 noites) diminuiu 4,3% e a dos não residentes (3,09 noites) decresceu 2,3%", diz o INE para a média do país. "Os valores mais elevados deste indicador verificaram-se na RA Madeira (4,81 noites) e no Algarve (4,24 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,95 noites) e no Norte (2,05 noites)", refere.

Quanto à "taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (59,2%) diminuiu 1,9 p.p. em Julho (-0,6 p.p. em Junho), tendo ficado, pelo segundo mês consecutivo, abaixo do valor observado em 2019 (-0,7 p.p.)", sendo que "em Julho, as taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (71,8%), no Algarve (68,5%) e na AM Lisboa (63,9%). Todas as regiões registaram reduções, que foram mais expressivas na RA Açores e na AM Lisboa (-6,7 p.p. e -3,1 p.p., respetivamente)", conclui a análise regional com o facto de "a taxa líquida de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico (67,0%) diminuiu 1,4 p.p. (+0,1 p.p. em Junho), mas ficou acima do valor observado em 2019 (+1,5 p.p.)".

Dados da DREM são mais abrangentes

Já "de acordo com os primeiros dados para o sector de alojamento turístico da Região, referentes ao mês de Julho de 2023", divulgadas, esta manhã, simultaneamente pela DREM, "estima-se a entrada de 199,8 mil hóspedes que geraram 1.083,4 mil dormidas (mais de um milhão pela segunda vez consecutiva - tal como em 2022 - neste mês), traduzindo variações homólogas de +6,7% e de +2,8%, respetivamente. Comparativamente a Julho de 2019, registaram-se, pela mesma ordem, aumentos de 48,2% e 30,7%".

Recordando que a DREM calcula as dormidas de todo o alojamento turístico, revela que "nos primeiros sete meses do ano, as dormidas rondaram os 6,2 milhões, +18,5% do que no mesmo período do ano precedente", o que confirma o peso do AL com menos de 10 camas, que geraram já um acumulado de cerca de 968 mil dormidas.

"Para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas, sendo que, segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico, em Julho de 2023, apresentaram um ligeiro decréscimo homólogo de 1,3%, variação simétrica à verificada a nível nacional (+1,3%)", esclarece a DREM na nota de análise.

"Na Região, as dormidas de residentes em Portugal tiveram uma quebra de 9,9% relativamente ao mês homólogo, atingindo as 193,9 mil (17,9% do total), enquanto as de residentes no estrangeiro subiram 6,0%, situando-se em 889,5 mil. Note-se que, face a Julho de 2019, a variação nas dormidas produzidas por residentes em Portugal foi de +63,8%, sendo de +25,1%, no caso das geradas por residentes no estrangeiro. Os hóspedes entrados, em julho de 2023, com residência no País, totalizaram 46,2 mil e os com residência no estrangeiro 153,7 mil", refere a autoridade estatística regional. Um dia tinha de começar a baixar a popularidade do turismo nacional, parecendo agora dados mais consistentes nos últimos meses.

"No País, em Julho de 2023, o mercado interno contribuiu com 2,8 milhões de dormidas, tendo recuado 2,9% em termos homólogos. Os mercados externos predominaram (peso de 68,1%) e totalizaram 6,0 milhões de dormidas, crescendo 3,4%", acrescenta.

Para a DREM, "os primeiros dados estimados, na Região, para o mês de referência, mostram que os principais mercados emissores de residentes no estrangeiro representaram 82,1% do total de dormidas", bem acima (+14 pontos percentuais) do peso no sector nacional. "Nesse conjunto, o mercado do Reino Unido é o que regista mais dormidas, em Julho de 2023, com cerca de 192,4 milhares (-4,5% que no mês homólogo), seguido da Alemanha, com 182,0 milhares (+3,1%) e da França, com 79,8 mil (+4,4%)", explica.

Diz, em conclusão que "em Julho de 2023, 7,8% dos estabelecimentos de alojamento turístico terão estado encerrados ou não registaram movimento de hóspedes". Os dados finais (ainda que preliminares) de Julho, com mais dados, nomeadamente os económicos da actividade, serão divulgados em meados de Setembro.