O líder do CHEGA tem afirmado que o seu partido é a terceira força política na Madeira e repetiu a posição na ‘rentrée’ do partido, quando estava a ser discutida a aceitação da lista de candidatos pelo Tribunal Judicial do Funchal.

André Ventura afirmou que seria grave “tirar o terceiro lugar” a um partido, o seu, impedindo-o de concorrer.

É um facto que o CHEGA é a terceira força política ao nível nacional, desde as Eleições Legislativas de Janeiro de 2022 em que conseguiu 7,2% dos votos e eleger 12 deputados. À sua frente só ficaram o PS (41,4%) e o PSD (27,7%).

Na Madeira os números são diferentes. Nessas mesmas eleições, o CHEGA obteve 6,1% (7.727 votos) e ficou atrás da coligação PSD/CDS, do PS e do Juntos Pelo Povo que obteve 6,9% (8.721 votos).

No entanto, esse foi um resultado muito superior a qualquer outro que o partido de André Ventura conseguiu na Madeira.

Nas Eleições Legislativas Regionais de Setembro de 2019, o CHEGA foi apenas 13º, com 0,43% (619 votos), ficando atrás de uma longa lista de partidos e coligações: PSD, PS, CDS, JPP, CDU, BE, PAN, PURP, RIR, PTP e Aliança.

Menos de um mês depois, em Outubro de 2019, nas eleições para a Assembleia da República, o resultado foi um pouco melhor, 0.7% (911 votos).

A partir das Eleições Autárquicas de 2021 o CHEGA começou a consolidar eleitorado e a ter naturais aspirações a eleger deputados para o parlamento regional.

Nas últimas ‘autárquicas’, o partido conseguiu 3.509 votos e subiu para 2,5%. Um crescimento que seria confirmado, meses depois, nas eleições nacionais de Janeiro de 2022.

No entanto, em nenhumas eleições o CHEGA foi 3º na Madeira, nem andou perto disso.

Também nas sondagens deste ano, os números do partido que tem como cabeça-de-lista Miguel Castro ocupa, sempre, o 4º lugar, a uma distância ainda considerável do 3º, o JPP.

A sondagem da Aximage, para o DIÁRIO e TSF/Madeira, publicada em Março deste ano colocava o CHEGA em 4º, com 3,3% das intenções de voto, atrás de PSD/CDS (50%), PS (15,3%) e JPP (12,6%).

Em Junho, a coligação PSD/CDS tinha 46,9%, o PS descia para 14,&% e o JPP ficava em 10,1%. O CHEGA subia para 4,2%. Posições relativas que não teriam alteração em Julho: PSD/CDS (49,6%), PS (13,5%), JPP (8,7%), CH (4,1%).

Ou seja, o CHEGA mantém-se no quarto lugar, o que não quer dizer que, nas eleições de 24 de Setembro não possa ter outro resultado.