A Guerra Mundo

Ex-funcionários dos EUA tiveram reunião secreta com Lavrov

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Ex-funcionários norte-americanos mantiveram conversas secretas com cidadãos russos próximos do Kremlin, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, para discutir o futuro da Ucrânia, avançou hoje a estação televisiva NBC.

Segundo este canal norte-americano, o encontro com Lavrov aconteceu em Nova Iorque, em abril passado, e durou várias horas.

Nesta reunião com Lavrov esteve presente, entre outros elementos, Richard Haass, um diplomata veterano que em junho deixou o cargo de presidente do Conselho de Relações Internacionais, um importante 'think tank' (grupo de reflexão) de Washington especializado em política externa.

Também participaram na reunião o especialista em assuntos europeus Charles Kupchan e o especialista em assuntos russos Thomas Graham, ambos ex-funcionários da Casa Branca que agora trabalham naquele 'think tank', de acordo com a NBC.

Durante as conversas, acrescentou o canal, foram abordadas algumas questões relacionadas com a guerra na Ucrânia, como o destino dos territórios ocupados por Moscovo e que Kiev poderá nunca libertar, bem como a procura de uma solução diplomática para o conflito em curso desde fevereiro de 2022.

A administração norte-americana liderada pelo Presidente Joe Biden teve conhecimento destas conversações, embora estas não tenham sido realizadas sob as suas ordens, de acordo com duas fontes citadas pela NBC.

Os ex-funcionários norte-americanos que se reuniram com Lavrov relataram posteriormente o conteúdo do encontro ao Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

A Presidência dos Estados Unidos da América (EUA) não comentou esta informação.

Andrew Bates, um dos porta-vozes da Casa Branca, disse à imprensa que o objetivo de Biden continua a ser ajudar a Ucrânia a ganhar terreno no campo de batalha para que possa negociar com a Rússia "a partir de uma posição de força máxima".

Bates reiterou ainda que a máxima do Governo Biden é "nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", argumentando que Kiev deve ser envolvido em qualquer negociação.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).