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Presidente do parlamento venezuelano quer responsabilizar quem pediu sanções

Foto Federico PARRA/AFP
Foto Federico PARRA/AFP

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela propôs a realização de uma campanha para denunciar e responsabilizar os venezuelanos que pediram sanções internacionais contra o país, sublinhando que não merecem as liberdades definidas pela Constituição.

"Iniciemos uma campanha nacional para denunciar e responsabilizar os criminosos: o criminoso Donald Trump, John Bolton, Eliot Abram, os criminosos que submeteram a Venezuela à pior agressão que sofreu em 212 anos", disse, na quarta-feira, Jorge Rodríguez, na sessão parlamentar, que assinalou o 212.º do aniversário da independência da Venezuela.

"Uma campanha que estabeleça as responsabilidades dos que, tendo nascido nesta terra (...) se atreveram a apelar à destruição e à morte contra os seus próprios irmãos de sangue, contra gente decente, contra gente digna", frisou.

O responsável afirmou que as sanções internacionais em vigor contra o país são crimes contra a humanidade: "se um povo a não pode aceder a medicamentos, alimentos e matérias-primas para a indústria, se tirar um povo, um país, de um sistema financeiro, está a condená-lo à doença e à morte e isso é um crime que lesa a humanidade".

Rodríguez explicou que alguns empresários e banqueiros aplaudiram as sanções, mas questionaram a suspensão de cartões de crédito e do acesso ao sistema financeiro internacional.

"Proponho que saiamos à rua e digamos: fulano e sicrano, apesar de ter nascido na Venezuela, não merece levar o nome de um país livre e independente, não o merece (...) e mostremos como é possível que agora, sob a proteção desta Constituição, se possa promover e tentar ser candidato a alguma coisa, com base nos danos que se causou. É como se um assassino matasse 15 pessoas e dissesse votem em mim porque matei 15", considerou.

Recentemente, um pré-candidato às presidenciais mentiu quando afirmou que as importações no país caíram, disse o presidente da Assembleia Nacional, salientando que "é mentira toda a campanha pré-eleitoral da direita, instalada sobre o dano feito contra o povo da Venezuela".

"Porque quando falam de salários, de segurança social, é das 'bombas' que lançaram sobre a população civil, indefesa, da Venezuela. Essas bombas chamadas sanções, que é uma forma covarde de fazer a guerra (...) Não são dois exércitos a lutar. É uma guerra para matar pessoas que não fazem guerra. Isso deve ser punido exemplarmente", salientou.

E insistiu ser necessário "sair à rua para denunciar e mostrar as caras" quem pediu sanções: "não merecem as liberdades que outorga a Constituição, merecem o castigo que a Constituição lhes impõe".

Rodríguez interveio depois de um discurso proferido pelo jornalista convidado William Castillo sobre os efeitos das sanções internacionais contra o país, entre outros temas.