Madeira

Escolas devem apostar na "criação de sistemas internos de protecção e cuidado" dos alunos

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Acontece, esta tarde, o workshop ‘Como bem educar, proteger e cuidar na (minha) escola’, uma acção formativa para as Escolas Católicas da Madeira, na Escola da APEL.

A iniciativa que, se realiza pela primeira vez na Região, é promovida pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas, e pretende ser um momento para sensibilizar as escolas para a temática da protecção e cuidado das crianças que lhe estão confiadas e para a importância de promover um clima organizacional de cuidado e bom trato, dentro e fora da sala de aulas, garantindo que os alunos estão bem e protegidos.

A abertura do encontro, que envolve cerca de 90 educadores e professores de mais de 10 escolas católicas da Região, conta com a presença do bispo do Funchal, D. Nuno Brás, do director regional de Educação, Marco Gomes e do director-geral da Escola da APEL, Padre Fernando Gonçalves. Entre outros convidados, destaque também para a presença de Paula Margarido, coordenadora local da Comissão Diocesana de Acompanhamento de Crianças Jovens e Pessoas Vulneráveis, e Maria José Moreira Fernandes, do departamento do Ensino da Igreja nas Escolas da Diocese do Funchal.

"Pretendemos fazer uma sensibilização e chamar à atenção dos docentes para o que é exigida a uma escola ao nível de cuidado na relação com os seus alunos, ou seja que as relações interpessoais são muito importantes quando trabalhamos com crianças e jovens", começou por explicar Rodrigo Queiroz e Melo,  responsável do evento e director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP). "No fundo, é criar uma consciência de que há todo um espectro de maltrato, desde as situações de violência mais graves, até situações que às vezes têm a ver com pequenas humilhações ou até gestos irreflectidos, como por exemplo dar as notas em voz alta na sala de aula, que faz com uns alunos fiquem contentes e outros estejam constantemente a ouvir que não conseguem", afirmou.

O dirigente explicou ainda que outra das propostas é de ajudar e sugerir a criação de sistemas internos de protecção e cuidado nas escolas. "Ou seja, criar sistemas para que todos numa escola saibam que se sentirem mal, mal-tratados ou se acharem que existe qualquer coisa que não devia acontecer, que saibam com quem e onde devem falar. Até mesmo os professores muitas vezes tomam conhecimento de certas situações em que é preciso agir, mas nem sempre está suficientemente explicado com quem é que vão ter e como devem agir", referiu.

Hoje o desafio é criar a consciência desta necessidade das escolas terem estas dinâmicas formalizadas e desafiar para começarmos em conjunto um trabalho de construção dos sistemas internos de protecção e cuidado. Rodrigo Queiroz e Melo, Associação Portuguesa de Escolas Católicas