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PRR de Itália inclui 6.000 ME para reduzir exposição do país a catástrofes

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Foto Max Cavallari / EPA

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) italiano inclui 6.000 milhões de euros de financiamento da União Europeia (UE) para reduzir a exposição de Itália a inundações e deslizamentos de terra, divulgou a presidente da Comissão Europeia.

"Tin bota. A Europa está com vocês", frisou Ursula von der Leyen, utilizando uma frase no dialeto da Emilia-Romagna que significa 'mantenham-se fortes', na sequência das inundações mortais e devastadoras naquela região italiana.

A Europa também estará presente para ajudar a "restaurar o equilíbrio distorcido entre a natureza e o ambiente construído", acrescentou, num discurso durante a Bienal de Arquitetura de Veneza.

"A Next Generation EU fornece 6.000 milhões de euros para a Itália reduzir os riscos de inundações e deslizamentos de terra. Por exemplo, o leito do rio Pó deve ser restaurado, com a remoção de cimento e a revitalização da vegetação ao longo das margens do rio, para abrir espaço para a natureza", explicou, citada pela agência ANSA.

"Devemos fazer da natureza a nossa parceira na luta contra as alterações climáticas", acrescentou.

Von der Leyen realçou ainda que os danos causados pelo homem são "particularmente tangíveis em Veneza", alertando que o pior cenário só pode ser evitado agindo rapidamente.

"Reduzir as emissões dos edifícios é crucial para alcançar a neutralidade climática e retardar o aumento do nível do mar. Para nós, o conceito de solidez traduz-se em sustentabilidade. Palladio acreditava que os edifícios devem resistir ao teste do tempo", vincou ainda a presidente da Comissão Europeia, numa referência ao arquiteto renascentista italiano Andrea Palladio, que fez obra na República de Veneza.

"Os edifícios só passarão nesse teste se forem sustentáveis", frisou.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, destacou que é importante que a Emilia-Romagna seja ajudada a recuperar-se após as inundações da semana passada, que mataram 15 pessoas e causaram biliões de euros em danos, para que a região continue a ser uma das forças motrizes da economia italiana.

"Focamo-nos em dar respostas imediatas a empresas, trabalhadores, famílias, estudantes, setor agrícola, desporto e mundo da saúde", apontou Meloni, numa mensagem de vídeo para o Festival de Economia de Trento.

O Governo de extrema-direita liderado por Meloni aprovou esta semana uma verba de dois mil milhões de euros para um pacote de medidas de emergência para a Emilia-Romagna.

"Trabalhamos em todas as esferas para mostrar que não vamos olhar para o outro lado, não apenas porque é o correto a fazer para os cidadãos afetados, mas também porque é importante para a Itália como um todo", sublinhou a primeira-ministra.

Na quinta-feira, Meloni sobrevoou as áreas atingidas pelas inundações e deslizamentos de terra causados por chuvas torrenciais com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

"Somos chamados a encontrar os recursos necessários [para a reconstrução]. Uma coisa é ler os números, outra é ver os danos por si mesmo", vincou Meloni, acrescentando que Itália vai ativar o Fundo de Solidariedade da UE, em primeiro lugar, e depois o fundo de coesão.