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Demitiu-se ministro responsável pela segurança da presidência do Brasil

Fotos DR/Twitter
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O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil renunciou ao seu cargo na quarta-feira depois da imprensa ter publicado imagens suas com manifestantes que invadiram a sede dos três poderes a 08 de Janeiro.

A demissão de Marco Edson Gonçalves Dias, um homem de confiança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi imediatamente aceite pelo Presidente brasileiro, segundo fontes oficiais.

O general da reserva do Exército Brasileiro demitiu-se algumas horas depois de a televisão CNN Brasil ter divulgado imagens das câmaras de segurança no palácio presidencial do Planalto mostrando-o na sede presidencial no dia da tentativa frustrada de golpe de Estado feita por radicais apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O agora ex-ministro é visto inicialmente a caminhar pelos corredores do terceiro andar do palácio presidencial e a entrar no gabinete do chefe de Estado, mas também é visto ao lado de alguns dos manifestantes que invadiram o edifício, para os quais aparentemente aponta uma saída de emergência.

Numa outra imagem, um dos seus conselheiros é visto a falar com os invasores do palácio, saudando-os e até oferecendo-lhes uma garrafa de água.

Segundo o Gabinete de Segurança, as imagens refletem "as ações dos agentes de segurança, cujo objetivo inicial era a evacuação do terceiro e quarto andares do Palácio do Planalto".

Gonçalves Dias era um oficial militar muito próximo de Lula, trabalhou na segurança presidencial durante os dois primeiros mandatos, e da sua sucessora, Dilma Rousseff, e foi o responsável pela segurança de Lula da Silva durante a campanha eleitoral de 2022.

A 08 de janeiro, milhares de manifestantes radicais que não reconheceram a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de outubro invadiram a sede presidencial, do Congresso e do Supremo Tribunal, numa tentativa de forçar um golpe de Estado contra Lula da Silva.

Pouco antes de anunciar a demissão do ministro, a presidência divulgou uma declaração na qual sublinhava que o envolvimento militar no golpe está a ser investigado pelo Supremo Tribunal desde 27 de Fevereiro e dizia que todos os responsáveis serão punidos.

 "Todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares" lê-se  na declaração.

A nota sublinha que os atos de golpe de Estado tiveram lugar apenas uma semana após a tomada de posse de Lula da Silva e que, por esta razão, na altura ainda havia muitos membros das equipas de segurança da presidência da anterior administração.

"A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 08 de janeiro", lê-se.