Madeira

Mondego volta a realizar missão para as Selvagens três semanas após abortar viagem

Largada do Funchal ocorreu de forma ‘limpa’ e sem problemas na propulsão ou de abastecimento

A largada do NRP Mondego decorreu sem os percalços da última missão para render os vigilantes nas Ilhas Selvagens Ver Galeria
A largada do NRP Mondego decorreu sem os percalços da última missão para render os vigilantes nas Ilhas Selvagens, Foto Hélder Santos/ASPRESS

O navio patrulha Mondego já saiu do porto do Funchal para cumprir a rendição dos vigilantes da natureza e dos agentes da Polícia Marítima nas Ilhas Selvagens. A viagem, que teve início às 17 horas desta terça-feira, surge precisamente três semanas após a saída atribulada que obrigou o comandante a abortar a missão devido a uma avaria no sistema de propulsão.

Na noite de 27 de Março - 16 dias após o NRP Mondego falhar a missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo devido à insubordinação de 13 dos militares da guarnição (quatro sargentos e nove praças) se recusaram a embarcar por razões de segurança – o patrulha fez-se ao mar. Contudo, a operação foi atribulada, com fumo, acabando por ser abortada na manhã do dia seguinte na sequência de uma alegada avaria no sistema propulsor, o que motivou a intervenção de um reboque que o levou para o porto do Caniçal.

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Navio da Marinha volta a falhar uma missão, 16 dias após episódio de insubordinação de 13 marinheiros que boicotaram saída para acompanhar navio russo invocando falta de condições de segurança

Posteriormente, a Marinha atribuiu a falta de combustível ao incidente. O NRP Mondego foi então substituído pelo NRP Setúbal, patrulha que, conforme já anunciou a ministra da Defesa, irá integrar uma missão de segurança no Golfo da Guiné. Coube então ao 'Setúbal' transportar os vigilantes da natureza e os agentes da Polícia Marítima até à reserva natural das Ilhas Selvagens.

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Navio apresentava avarias que motivaram o seu reboque para esse porto

Passados 21 dias, a missão de rendição volta ao leme do comando do NRP patrulha Mondego que largou esta tarde do Funchal de forma ‘limpa’, sem fumo, sem o auxílio de rebocadores e sem mais percalços a bordo.

Há "indícios de prova apagados" pela Marinha no 'NRP Mondego', alegam advogados

Os advogados dos 13 militares do navio Mondego que serão ouvidos na segunda-feira pela Polícia Judiciária Militar, em Lisboa, alegam que "há indícios de prova que foram apagados" pela Marinha e vão pedir diligências de prova.

O navio de guerra português poderá vir a encontrar naquela rota a embarcação científica russa que está neste momento a cruzar os mares da ZEE, devendo depois passar ao largo da ilha do Porto Santo, sendo certo que, pelo menos até ao início da tarde de hoje, o comando naval não tinha dado qualquer orientação para que o Mondego acompanhe o navio russo ‘Akademik Fyodorov’, sendo certo que missões desta natureza são desenvolvidas pela Marinha de forma sigilosa.

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