Madeira

Navio russo suspeito de espionagem acaba de entrar em águas portuguesas

Polémico 'Akademik Fyodorov’ está a navegar próximo das Ilhas Selvagens, no extremo sul do território nacional

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O navio russo ‘Akademik Fyodorov’, suspeito de estar em missão de espionagem, acaba de entrar em águas nacionais, junto às Ilhas Selvagens, e o NRP Mondego, navio patrulha da Armada Portuguesa deverá ser chamado a acompanhar, sob escolta, a passagem da embarcação científica pelos mares do arquipélago da Madeira, após a missão falhada há um mês.

Conforme o DIÁRIO avança na edição impressa desta terça-feira, este é o segundo navio científico russo a cruzar as águas nacionais da Zona Económica Exclusiva da Madeira (ZEE) no espaço de um mês, após a passagem incólume do navío-irmão russo ‘Akademik Tryoshnikov’ a norte do Porto santo no dia 11 de Março, neste caso sem escolta por parte da Marinha Portuguesa, devido ao episódio de insubordinação por parte de um grupo de 13 marinheiros – o equivalente a metade da guarnição – que se recusou a embarcar, invocando falta de condições de segurança.

Entretanto, após a substituição da guarnição insubordonada e ao fim de um par de tentativas mal sucedidas para reactivar o patrulha de 31 anos devido a problemas de propulsão (que obrigou, inclusive ao apoio de um rebocador), a ministra da Defesa faz saber, no último sábado, que a avaria do NRP Mondego está ultrapassada e aquele meio naval da Marinha – o único alocado à fiscalização marítima da subárea da Madeira que comprende 442.248 km2, o equivalente aos territórios terrestres de Espanha, França e Reino Unido juntos - já está operacional e cumpriu já uma missão na Madeira.

Em declarações aos jornalistas na base naval do Alfeite, em Almada, Setúbal, Helena Carreiras disse que o navio 'Mondego' "acaba de fazer uma missão" de treino de vários dias às ilhas Selvagens, na Madeira, "e regressou ao Funchal sem qualquer incidente".

Embora a rota do NRP Mondego esteja oculta nos radares de acesso ao público por se tratar de uma missão militar sigilosa, a Marinha revelou há 3 dias nas redes sociais, imagens do patrulha ao largo da Baía das Cagarras, nas Ilhas Selvagens.

Entretanto, o patrulha regressou ao porto do Funchal no fim-de-semana, mantendo-se acostado neste momento, mas deverá estar em prontidão para, assim que entender a respectiva cadeia de comando, sair para o mar e acompanhar a passagem do navio russo em rota entre a Cidade do Cabo e  São Petersburgo. O ‘Akademik Fyodorov’ é um navio científico irmão-gémeo, mais velho e com um ‘cadastro’ ainda maior que o ‘Akademik Tryoshnikov’. Um assunto que o DIÁRIO desenvolve em exclusivo e na edição desta terça-feira.