A Guerra Mundo

Egipto desmente ordem do Presidente para fornecimento de armas à Rússia

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Foto EPA/GIUSEPPE LAMI

Uma fonte oficial egípcia negou hoje informações do jornal norte-americano The Washington Post de que o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ordenou a produção de mais de 40 mil foguetes para fornecer à Rússia.

"O que o jornal publicou é uma frivolidade informativa que não é verdadeira", disse a fonte oficial, segundo a televisão egípcia Al Qahera News e o diário estatal Al Ahram.

A mesma fonte disse que "o Egito segue uma política equilibrada com todas as partes internacionais, cujos princípios são a paz, estabilidade e desenvolvimento".

A fonte não foi identificada pelos meios de comunicação estatais egípcios, de acordo com a agência espanhola EFE.

Documentos classificados consultados pelo The Washington Post e publicados na plataforma Discord mostram uma série de conversas entre Al-Sisi e funcionários do Governo sobre possíveis vendas de armas à Rússia.

Numa delas, de 17 de fevereiro deste ano, Al-Sisi dá instruções a um alto funcionário para encomendar a produção de armas em segredo para "evitar problemas com o Ocidente".

Segundo o documento, o interlocutor do Presidente disse que ordenaria aos seus funcionários que trabalhassem arduamente para produzir as armas.

O funcionário justificou que era o mínimo que o Egito podia fazer "para pagar à Rússia pela sua assistência passada".

Não se especifica, no entanto, a que tipo de ajuda se referia.

Uma fonte do Governo norte-americano disse ao Post que os Estados Unidos não têm conhecimento de que se tenha concretizado qualquer acordo deste tipo entre a Rússia e o Egito.

O Governo do Egito não divulgou, até agora, nenhum comunicado oficial em reação às informações divulgadas pelo Post.

A embaixada egípcia em Washington não confirmou a veracidade do documento ao jornal e limitou-se a assegurar que o Governo de Al-Sisi tem uma posição de não-intervenção no que diz respeito à guerra na Ucrânia.

A publicação sobre o Egito surgiu poucos dias depois da divulgação nas redes Twitter e Telegram de documentos na posse do Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) com dados sobre entregas de armas à Ucrânia e referências às capacidades dos batalhões ucranianos.

A Ucrânia tem contado com o fornecimento de armas pelos seus aliados ocidentais para combater as tropas russas, que invadiram o país em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm imposto sucessivos pacotes de sanções económicas a Moscovo para tentar diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.