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Finlândia reiterou vontade de entrar na NATO lado-a-lado com Suécia

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O presidente finlandês, Sauli Niinisto, reiterou hoje o compromisso de entrar na NATO ao mesmo tempo que a Suécia, mas ressalvou que nada poderá fazer se a Turquia decidir aceitar a sua entrada antes da do país vizinho.

"Estamos a caminhar de mãos dadas neste processo. Mas a ratificação não está nas nossas mãos", disse Niinisto, numa conferência de imprensa conjunta com os primeiros-ministros da Suécia, Ulf Kristersson, e da Noruega, Jonas Gahr Store, em Harpsund, a oeste de Estocolmo.

No início deste mês, a Turquia insistiu em recusar a entrada da Suécia na Aliança Atlântica, cancelando vários encontros bilaterais, depois de um grupo pró-curdo ter protagonizado uma execução simbólica do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Estocolmo, bem como após a queima do Alcorão por um ativista radical de extrema-direita em frente à sua embaixada na capital sueca.

Na conferência de imprensa, o chefe de Governo sueco sublinhou que ambos os países mantêm estreita cooperação em defesa, pelo que, uma adesão separada à NATO não a irá alterar, embora possa criar alguns problemas.

"É melhor estarmos nas mesmas condições, por isso temos de entrar ao mesmo tempo", disse Kristersson.

Gahr Store, cujo país é já membro da NATO, manifestou o seu apoio à entrada de ambos, questão que já ficou resolvida na cimeira de junho passado em Madrid, quando ficou assente que ambos os países preenchiam os critérios de acesso à organização.

A reunião realizada hoje dá continuidade a uma outra de 2019, na Finlândia, quando foi discutida a segurança da da região.

A invasão russa na Ucrânia fez com que a Suécia e a Finlândia clarificassem o seu posicionamento face à NATO, pedindo formalmente a adesão em 2022, que foi aprovada na cimeira de Madrid.

A entrada dos dois países nórdicos - que terá de ser aprovada por todos os membros da NATO - está pendente da aprovação da Turquia, que levantou um veto à última da hora a troco de algumas condições, consubstanciadas num acordo, enquanto as partes continuam a negociar.

Ancara exige medidas drásticas contra grupos curdos que qualifica de "terroristas", especialmente por parte da Suécia, que tem uma grande comunidade de origem curda.

A Hungria também ainda não ratificou a adesão dos dois países nórdicos, mas o seu Parlamento vai começar a debater a questão na próxima semana.