Machico e as suas opções políticas

Na sondagem publicada pelo JM/rádio88.8, no que diz respeito à tendência de votos nos Concelhos da região, podemos ver que no caso de Machico, o Partido Socialista está com 50% nas intenções de voto, e o PSD 21,9%.

Na certeza porém que sondagens são sondagens, mas por outro lado não podemos ignorar.

Se formos criteriosos, rigorosos e independentes nessa análise, podemos tirar algumas ilações.

Os socialistas em Machico, continuam a "passear", neste concelho, com uma larga e confortável maioria.

O principal partido da oposição, continua em queda livre e a se confirmar este cenário será o pior resultado de sempre nas eleições regionais.

Neste quadro não é possível ver a tendência de votos nos outros partidos mais pequenos. A não ser a terceira força que foi o Chega.

Muito por influência do seu líder nacional e o tipo de oposição que faz na Assembleia da República.

Sabemos que Machico, continua a ser muito influenciado pela política nacional.

É um concelho muito politizado.

Mas voltando à política local, os Machiquenses continuam a confiar no Partido Socialista e a dar-lhes maioria absoluta, colocando os outros partidos a "léguas".

É o voto popular que só temos que respeitar.

É sintomático ver alguma contestação e descontentamento por algumas políticas municipais ao longo destes 9 anos de governação socialista.

Uma economia cada vez mais frágil.

A taxa de desempregados das mais elevadas da Madeira.

A população a decrescer ao nível de dois dígitos na última década. O segundo pior score dos concelhos da região.

Algumas freguesias com problemas sociais gritantes para desespero das suas famílias.

No turismo é um dejá vu. Não passa de anúncios em tempos eleitorais.

Na hora de votar, fazem tábua rasa destes problemas e preocupações. O partido socialista continua com elevadas taxas de aceitação.

Numa lógica de causa/efeito, estes problemas não "beliscam" o PS.

O voto cai fielmente na urna para gáudio dos socialistas.

É o voto popular, só temos que respeitar e aceitar, são opções pessoais, que muitas vezes destoam da crítica pública, entre amigos, familiares e conhecidos.

Que na hora da verdade pende para o lado emocional e menos racional.

O partido do coração e não da razão. O coração é mais forte e sobrepõe-se à razoabilidade do mundo real.

Vamos ver o que os próximos tempos nos trará. Em Maio temos mais um estudo de opinião, vamos ver se até lá acontecem algumas (pequenas) mudanças.

António Nóbrega