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Caso Mondego foi uma excepção e incidente está "totalmente superado"

Foto Arquivo/Miguel Espada/Aspress
Foto Arquivo/Miguel Espada/Aspress

O Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) defendeu que a recusa de treze militares em cumprir uma missão a bordo do navio Mondego, em março, foi uma exceção e assegurou que o incidente "já foi totalmente superado" na Marinha.

"O Mondego é uma exceção. E não queria dizer muito mais sobre isso. Numa Marinha de sete mil militares, treze militares com determinado comportamento, que agora seguirá os seus parâmetros de avaliação, quer internos quer externos, com tudo o que a justiça tem, é uma exceção. E essa exceção aconteceu, não a escondemos, mas nós já superámos isso", considerou.

Em entrevista à agência Lusa, a propósito dos dois anos de mandato, que se cumprem hoje, o CEMA foi questionado sobre a polémica de 11 de março, dia em que o NRP (Navio da República Portuguesa) Mondego falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após quatro sargentos e nove praças se terem recusado a embarcar, alegando razões de segurança.

O chefe militar destacou que a Marinha Portuguesa faz todos os dias "coisas extraordinárias" que acontecem "longe da vista das pessoas" e estimou que este ano a Armada já acompanhou navios russos que passam em águas portuguesas "mais de trinta vezes".

"Tivemos que sair para o mar durante o ano para fazer esses seguimentos, para vigiar os nossos cabos submarinos, para garantir o salvamento de pessoas, salvamos no mar todos os anos mais de 400 pessoas. Nós participamos em operações no Golfo da Guiné, no combate ao narcotráfico, no combate à imigração ilegal, no salvamento também de muitos desses migrantes. A operação da Marinha diária é gigantesca. As pessoas depois fixaram-se num incidente, que teve a sua gravidade, não escondo isso, mas esse incidente internamente já foi totalmente superado", sublinhou.

Interrogado sobre o ponto de situação do processo disciplinar instaurado pela Marinha aos treze militares - que são acusados de "desobediência a uma ordem" e de terem feito "sair determinado tipo de informação para uma associação militar"-, Henrique Gouveia e Melo respondeu que ainda estão em curso e rejeitou apressar este procedimento.

"O processo tem uma evolução cronológica com um conjunto de peças e os advogados, fazendo o seu trabalho, em cada passo evolutivo tentam defender os seus constituintes, o que atrasa sempre o processo porque tem que se fazer um conjunto de diligências e cada passo obriga a fazer muitas diligências. E, portanto, ele não está a seguir à velocidade dos processos normais, mais simples, está a seguir à velocidade que a justiça assim o exige e deve ser assim", considerou.

Além dos processos disciplinares, a Marinha participou o sucedido à Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal.