A partida de hoje entre os iranianos do Sepahan, treinados por José Morais, e os sauditas do Al Ittihad, de Nuno Espírito Santo, a contar para a Liga dos Campeões asiática de futebol, foi cancelado por razões políticas.

Em causa esteve a presença de três estátuas de símbolos políticos iranianos junto ao relvado, o que foi interpretado pelos responsáveis do Al-Ittihad como uma mensagem de índole política num contexto de relações tensas entre os dois países, que se prolongam há décadas.

Uma dessas estátuas presta tributo a Qasem Soleimani, um general iraniano que foi morto numa operação especial dos Estados Unidos e que era acusado pelo governo saudita de ter ligações a grupos terroristas, nomeadamente o ISIS (Estado Islâmico), enquanto no seu país é tido como um mártir da nação e uma das figuras históricas do regime, estando a sua imagem espalhada um pouco por todo o país.

De acordo com a imprensa saudita, a presença das três estátuas de símbolos políticos iranianos junto ao relvado fez com que os jogadores do Al Ittihad se recusassem a subir ao relvado até que fossem retirados os bustos, mas o Sepahan, apesar do pedido nesse sentido da AFC (Confederação Asiática de Futebol), mostrou-se irredutível e o jogo acabou mesmo por ser cancelado.

A AFC, em comunicado, confirmou que o jogo foi cancelado por "motivos inesperados" e que o caso vai agora ser analisado.

De resto, pelas 17:30 (o início do jogo estava previsto para as 17:00) os jogadores do Sepahan, do português José Morais, surgiram relvado, sozinhos, a agradecer o apoio dos adeptos presentes no estádio.

O grupo B é liderado pelos iraquianos do Al Quwa Al Jawiya, com 4 pontos (2 jogos), seguido do Al-Ittihad, com 3 (1), do Sepahan, com 1(1), e do OKMK, do Uzbequistão, com 0 (2).

Noutro jogo, este realizado, a equipa do Al Sadd, do Qatar, orientada pelo português Bruno Pinheiro, perdeu no Uzbequistão, na cidade de Qarshi, frente ao Nasaf Qarshi, por 3-1, em jogo da segunda jornada do grupo B da Liga dos Campeões Asiática.