Boa noite!

Das notícias lidas nas últimas horas sobra a sensação que não está tudo dito.

. O que leva o País permissivo com as derrapagens nos custos de pontes e de auto-estradas, com as milionárias injecções de capital na TAP e as chorudas indemnizações ou bónus entreter-se com aritméticas relativas à Jornada Mundial da Juventude em Lisboa - que terão um custo de pelo menos 155 milhões de euros, segundo as estimativas mais recentes da Igreja Católica, do Governo e dos municípios de Lisboa e Loures - mas que podem gerar um retorno 10 a 20 vezes superior ao investimento? Se o valor do altar-palco dá brado e gera indignação, que dizer da exploração montada pelos particulares oportunistas da capital e arredores, em torno do alojamento, que nalguns casos rondam os três mil euros por pessoa?

. O que leva o primeiro-ministro a admitir que “o Governo pôs-se a jeito e cometeu erros”, mas  retomando o registo “habituem-se”, faz passar a mensagem que esta é uma cruz, feita de escândalos e de demissões, para carregar até 2026?

. O que leva algumas figuras do PS e do PSD a manifestarem perplexidade com a presença de destacados dirigentes dos seus partidos na sessão de encerramento da convenção nacional do Chega? Será que a salutar convivência democrática e os direitos da oposição configuram uma alegada” normalização de um partido racista, xenófobo, extremista"?

. O que leva o Conselho Nacional da Educação a enfatizar a digitalização do ensino na Região quando, sem duvidar da seriedade da análise feita, ganha expressão a tese que os manuais digitais, afinal, podem prejudicar a aprendizagem dos alunos?

. O que leva as juntas de freguesia situadas na malha urbana da Região a quererem ficar com apoios comunitários destinados aos meios rurais, tudo fazendo para desviar para as cidades aquilo que tanta faz falta ao campo? Não lhes chega a constatação que o desemprego castiga mais os concelhos pequenos por incapacidade de gerar trabalho?

. E o que leva equipas de futebol da Madeira que precisam de ganhar jogos para não descerem de divisão, o que em rigor implica marcar golos, a contratar preferencialmente guarda-redes?