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Travem a corrupção ou esta travará o Mundo

A dicotomia, esquerda/direita está na boca de todos mas nem todos sabem explicá-la na prática e na teoria

Um país onde se quer estabilidade e progresso não pode viver em constante sobressalto desestabilizando a vida política, social e económica. Foram doze ministros em nove meses que se demitiram ou foram demitidos, é a TAP que vive em constante instabilidade e esbanjando o dinheiro dos contribuintes em indemnizações milionárias, os bancos que foram à falência arrastando com eles as poupanças dos depositantes e delapidando muitos milhões do Estado. São demasiados casos de corrupção praticados por homens e mulheres sem escrúpulos. São políticos a enriquecer de um dia para ao outro sem se saber de onde lhes vem a riqueza. E ainda vem aí o PRR para fazer novos ricos. Isto não pode continuar e para isso terá que haver um escrutínio rigoroso para quem assume funções públicas, seja Presidente da República, Primeiro Ministro, ministros, deputados da Assembleia da República, secretários regionais, presidentes dos Governo regionais, presidentes de Câmaras ou de Juntas Freguesia. Estes homens e mulheres, mesmo aqueles por nomeação, teriam que sujeitar-se a uma comissão de inquérito que avaliasse e publicasse o currículo desta gente, do seu perfil técnico e moral. Capacidade técnica para aquilatar se estavam à altura de desempenhar as funções que lhe fosse atribuídas e moral para saber se é um ser impoluto e que não caia na tentação de usar o cargo para enriquecer à custa do desempenho das funções. Estes abusos deveriam ser severamente punidos para desencorajar os futuros prevaricadores.

Dir-me-ão que já não haveria gente impoluta para ocupar cargos mas deixar que continue este regabofe já não e solução sob pena de o Estado entrar em colapso por proliferação de maus dirigentes. Quem nomeia tem que abdicar dos amigos, dos familiares e dos lambe-botas que apenas procuram servir-se dos cargos. Aos deputados deveriam ser retiradas as mordomias e só deveriam beneficiar de imunidade parlamentar por palavras e não por atos

As declarações do deputado madeirenses na Assembleia da República, Sérgio Marques, ao DN Lisboa, veiculadas pelo D noticias Madeira em 16-1-23 foi uma mossa na estrutura do PSD-M mas para quem está atento à política regional já não é surpresa e é apenas, quanto a mim, uma pequena gota de água num imenso oceano. Todos sabemos como tem sido a política de conluio, com favorecimentos a grupos económicos e obras inventadas para amigos do regime, isto tem se passado ao longo dos 48 anos de reinado do partido laranja.

Não deixem de ler também no mesmo Jornal e no mesmo dia a entrevista da ex-deputada Sara André que explica como é que a máquina eleitoral do PSD-M funciona e talvez compreendam como é que um governo se aguenta quase 50 anos no poder. E se ainda lhes restar dúvidas ponham os olhos nos imensos casos de corrupção deste país, desde secretários de Secretários de estado incapazes, ao caso dos cinco políticos madeirenses, Sérgio Marques, Miguel Albuquerque, Sara Madruga, Pedro Calado e Patrícia Dantas que, segundo reportagem do DN de 13-01-23 figuram entre os políticos madeirenses mais ricos. Desafiem-nos a explicar de onde lhes veio as respetivas fortunas após a implantação da autonomia. Perguntem-lhes pela declaração de rendimentos antes de entrarem para a política e confrontem-nos com a declaração atual. Ou melhor… Deixem lá, talvez não valha a pena porque a maioria dos madeirenses são cego, surdos e mudos nestas coisa da política regional e acham que mexer na porcaria pode cheirar muito mal.

A dicotomia, esquerda/direita está na boca de todos mas nem todos sabem explicá-la na pratica e na teoria; na prática o Governo de esquerda de A. Costa já ajudou os mais necessitados algumas vezes, entre as quais com 125€ e mais 240€ Na teoria o Governo de direita de Albuquerque já prometeu o complemento solidário para pensionistas no valor de 60€, como já acontece nos Açores há tantos anos, mas ficou-se apenas pela teoria. Também não quer o questionário de 34 perguntas para os políticos porque afirma que na Madeira os políticos são sérios. Esqueceu-se de quantos sérios estão atrás das grades.

E já que estamos a falar em maus políticos - bons já restam poucos - de esquerda e direita reparemos no grau avançado de degradação das políticas de direita. Quando Trump perdeu as eleições nos EUA verificou-se a famosa invasão do Capitólio por parte de manifestantes da direita apoiantes de Trump, que não souberam aceitar a derrota eleitoral. O mesmo aconteceu com Bolsonaro que quando perdeu as eleições no Brasil aconteceu a invasão do Palácio do Planalto por manifestantes da direita. Isto significa que a direita não sabe perder e muito menos aceitar a derrota.

A pobreza está instituída e vive, hoje, das migalhas que sobra da mesa dos corruptos.