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Venezuela continua sem direito ao voto na ONU por dívidas

Foto Michael M. Santiago/Getty Images/AFP
Foto Michael M. Santiago/Getty Images/AFP

A Venezuela vai continuar este ano sem direito ao voto na Assembleia Geral das Nações Unidas devido a dívidas, que, segundo Caracas, são resultado das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos.

A Assembleia Geral da ONU tomou quarta-feira conhecimento de um relatório que lhe foi enviado nas últimas horas pelo secretário-geral do organismo, António Guterres, no qual se confirma que a Venezuela continua a acumular uma dívida excessiva devido ao não pagamento das contribuições.

A Venezuela deveria pagar pouco mais de 76 milhões de dólares (cerca de 70 milhões de euros) para recuperar o direito de voto na Assembleia, segundo o documento.

Em novembro passado, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que havia pedido a Guterres que aliviasse essa situação, que Caracas diz não ser por falta de dinheiro, mas porque as sanções norte-americanas o impossibilitam de fazer pagamentos.

"As sanções impedem-nos de ter contas bancária para pagar as nossas quotas, as nossas obrigações, na Organização das Nações Unidas, e tiraram-nos do sistema de votação. Temos o direito de falar, mas não temos o direito de votar. (...) Já disse ao secretário-geral (...) para resolver esse problema", disse Maduro, na ocasião, num discurso transmitido pelo canal estatal VTV.

As regras da ONU permitem que os países mantenham o seu direito de voto quando o não pagamento das suas quotas se deve a circunstância fora do seu controlo e, por esta razão, os Estados-membros aprovaram nos últimos meses que três países (Comores, São Tomé e Príncipe e Somália) podem votar apesar de registarem dívidas excessivas.

Não é o caso da Venezuela, que, como nos últimos anos, vai ficar sem voto na Assembleia Geral, situação em que também se encontram Dominica, Guiné Equatorial, Gabão, Líbano e Sudão do Sul.