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Venezuelanos realizaram em 17 dias 476 protestos para exigir melhores salários

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Os venezuelanos realizaram, nos primeiros 17 dias do ano, 476 manifestações para exigir melhores salários e condições de trabalho e reivindicar mais direitos, segundo dados do Observatório Venezuelano de Conflitos (OVC).

Os dados dão conta que, desde 09 de janeiro, milhares de professores de escolas públicas e privadas, reformados, empregados públicos e de empresas básicas estatais, protestam também para exigir o cumprimento de contratos coletivos e de segurança social.

O maior número de protestos registou-se a 17 de janeiro, quando, segundo o OVC,  "os professores deram uma contundente resposta, para exigir direitos laborais e o direito a manifestar pacificamente".

Nesse dia, registaram-se "51 protestos simultâneos em todo o país", tendo ainda sido registadas duas manifestações que foram "impedidas" pelas forças de segurança e "uma outra obstaculizada" por motociclistas simpatizantes do regime.

Os professores denunciam que tem havido tentativas de intimidação e de bloquear e demorar a circulação pelas autoestradas para evitar que cheguem às manifestações.

"O medo mudou de passeio, para a outra margem, para o lado dos opressores dos que violam a lei", disse aos jornalistas a dirigente sindical Elsa Castillo, tentando justificar a determinação daqueles profissionais em continuar nas manifestações.

Os protestos dos professores tiveram lugar em pelo menos 15 dos 24 estados do país (Bolívar, Carabobo, Cojedes, Distrito Capital, Falcón, Guárico, Lara, Mérida, Miranda, Monágas, Portuguesa, Sucre, Táchira, Vargas e Zúlia).

Em Anzoátegui registaram-se protestos de pacientes da Unidade Oncológica Infantil Luís Razetti de Barcelona, para exigir tratamentos com quimioterapia, medicamentos, a reparação de equipamentos de ar condicionado, entre outros.

Segundo a imprensa local, um paciente, uma criança de dois anos, teria morrido durante a madrugada de hoje.

A imprensa local dá conta que também hoje, durante a manhã, centenas de manifestantes foram intimidados por "coletivos chavistas" (motociclistas armados afetos ao regime), no Paseo Libertador, em San Fernando no Estado de Apure (sudoeste da Venezuela).

Vídeos divulgados nas redes sociais dão conta da circulação de motociclistas nas proximidades dos manifestantes que gritavam "não tem medo".

Trabalhadores e sindicalistas da Siderúrgica de Orinoco (uma das empresas básicas estatais) continuam em protesto na localidade de Guayana, no estado venezuelano de Bolívar (sudeste do país).