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Meloni inicia campanha eleitoral assegurando que não quer "sair da UE"

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Foto EPA

A líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália iniciou hoje a sua campanha eleitoral condenando a União Europeia por não combater problemas graves como o abastecimento energético, mas sublinhando que criticar não significa querer sair do bloco europeu.

No primeiro comício da sua digressão de campanha para as legislativas antecipadas de 25 de setembro, em Ancona, centro de Itália, perante milhares de pessoas, Giorgia Meloni afirmou: "Temos o problema do gás e do aumento dos preços da energia, mas uma Europa que tem pensado em tudo, inclusive em como cozinhar insetos, não tratou de estudar uma estratégia séria sobre o fornecimento de energia".

"Isto não quer dizer que eu queira sair da União Europeia (UE), mas é preciso enfrentar a realidade tal como ela é, porque não me interessa como se cozinham insetos, mas sim como vamos acender a luz", sustentou, sendo aplaudida pelos presentes naquela cidade da região de Las Marcas.

Meloni foi recebida com aplausos, bandeiras e um coro repetindo "Giorgia, Giorgia, és a número um", ao que a líder dos Irmãos de Itália (FdI) respondeu: "Mas não me glorifiquem, isso está reservado a outras pessoas...".

Segundo as últimas sondagens sobre as intenções de voto, hoje publicadas pelo diário La Repubblica, a formação liderada por Giorgia Meloni encontra-se na dianteira, alcançando 24,3% dos votos, seguida da coligação de centro-esquerda do Partido Democrata (PD) e do +Europa, com 23,5%, enquanto a Liga, de Matteo Salvini, também de extrema-direita, obtém 14,3% dos votos.

"[Precisamos de] um Governo de pessoas que não tenham donos, que não sejam chantageáveis. Acredito que posso dirigir um Governo assim. Os que o tentaram sabem que não nos deixamos intimidar, chantagear ou comprar", asseverou.

Meloni também se defendeu de algumas das mais recentes polémicas de que foi alvo, como a publicação de um vídeo da violação de uma mulher em plena rua por um requerente de asilo.

"Retirei-o da imprensa, nunca teria divulgado algo que possibilitasse a identificação da vítima (...). Não tenho motivos para pedir desculpa, só me solidarizei com a vítima", explicou.

Também respondeu às críticas sobre as propostas para acabar com os "comportamentos desviantes" dos jovens, entre os quais incluiu o consumo de drogas e álcool, mas também a anorexia e a obesidade, e revelou que o desporto a "salvou", já que era obesa na infância.

"Por comportamentos desviantes, refiro-me ao consumo de drogas, abuso de álcool, distúrbios alimentares. Meloni diz que os obesos têm comportamentos desviantes? Imaginem se eu posso dizer uma coisa dessas, quando fui obesa e fui acossada. O desporto salvou-me, porque o desporto salva muita gente", frisou.