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PSD diz que incêndios "são problema político" a que Governo não dá "resposta à altura"

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Foto PSD

O PSD considerou hoje que os incêndios são "um problema político" ao qual António Costa e o PS "não sabem, não estão a dar, uma resposta à altura" e acusou o Governo de ser "especialista em desresponsabilizar-se".

Numa declaração aos jornalistas, no Porto, o vice-presidente do PSD Paulo Rangel acusou António Costa e o ministro da Administração Interna de "remeter para a ciência" sempre que são confrontados com questões sobre os incêndios e exigiu que o Governo explique porque é que não foi acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil no incêndio que lavrou na última semana na Serra da Estrela.

Paulo Rangel acusou ainda o executivo de seguir uma política de "encolher os ombros e lavar as mãos" no caso da prevenção e combate a incêndios.

"O problema dos incêndios em Portugal não é um problema de ciência e não é um problema de estudos (...) É um problema político e o Governo de António Costa e do PS, o ministro da Administração Interna, não souberam, não sabem, não estão a dar uma resposta à altura a este problema", acusou Paulo Rangel.

Como exemplo da falta de capacidade do executivo, o dirigente social-democrata apontou o SIRESP e o não acionamento do Mecanismo Europeu de Proteção Civil durante o fogo na Serra da Estrela.

"O SIRESP é uma espécie de fantasma que acompanha o primeiro-ministro António Costa, foi central quando ele era ministro da Administração Interna e não há incêndio, não há vaga de incêndios, em que não haja problemas com o SIRESP", disse.

Quanto ao segundo exemplo, Rangel defendeu que o Governo tem "que explicar porque é que, pelo menos na semana passada, não recorreu ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil", para combater o incêndio na Serra da Estrela.

"Nós não podemos continuar nesta política de encolher os ombros e lavar as mãos, que é o que fazem o primeiro ministro da Administração Interna sempre que são perguntados sobre esta matéria", alertou.

Para o eurodeputado, "este governo é especialista em desresponsabilizar-se".

"A mim, impressiona-me que o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna o que tenham a dizer é que é preciso fazer mais estudos, que é preciso dar a palavra aos cientistas e à ciência como se fossem os cientistas e a ciência que têm que resolver os problemas no terreno", referiu, deixando um alerta.

"É preciso recordar ao ministro da Administração Interna que ele não é um divulgador de ciência e ele é uma autoridade política com responsabilidade e competência para atuar e, portanto, não deve remeter a responsabilidade para outros, deve assumi-la e exerce-la e é isso que ele não tem sido capaz de fazer", considerou.

Paulo Rangel lembrou que o PS está no Governo desde 2015 e que "passou por uma experiência dificílima em 2017 e que, a partir daí, devia ter sido um ponto de não retorno".

"A verdade é que nós estamos sempre a regressar ao mesmo ponto. Isso significa que há incompetência e incapacidade política. Um ministro de um governo que é um governo de maioria absoluta de um só partido, e que está no poder há seis anos, quase sete, não pode, pura e simplesmente, remeter para estudos científicos ou para a ideia de que houve um grande investimento, ainda que ele não produza nenhum efeito, as explicações para a situação que nós estamos a viver", salientou.