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Espectáculo co-produzido pelo Teatro Municipal Baltazar Dias candidato a melhor espectáculo do ano

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O espectáculo “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa”, um projecto de Sara Barros Leitão, co-produzido pelo Teatro Municipal Baltazar Dias e que integrou a sua programação em fevereiro de 2022, recebeu a nomeação para o prémio Teatro – melhor espectáculo de teatro do ano no âmbito dos Prémios Globos de Ouro.

Este projecto produzido pela Cassandra incluído também outros parceiros como o 23 Milhas - Ílhavo, Centro Cultural de Belém, A Oficina, Cineteatro Louletano, Teatro Académico de Gil Vicente, Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, Teatro Viriato e Teatro Nacional São João.

Os Globos de Ouro, é uma gala realizada, anualmente, com o intuito de entregar troféus aos diversos profissionais das áreas da arte e entretenimento no país, desde o teatro, desporto, moda, cinema e música. Este evento é organizado em conjunto com a estação de televisão SIC e a revista Caras, sendo que a 26.ª edição dos Globos de Ouro será realizada, no Coliseu dos Recreios, a 2 de outubro, no qual existem 80 nomeados, divididos por sete categorias.

Este espectáculo partiu de entrevistas e do estudo dos arquivos do primeiro Sindicado do Serviço Doméstico em Portugal e do seu congresso nacional, de forma a contar a história do trabalho doméstico, estruturalmente atribuído às mulheres. Pouco contada (re)conhecida e valorizada, esta também abordou a história do poder de organização, reivindicação e mudança das mulheres. Em palco, Sara Barros Leitão resgata a voz das mulheres que limpam e cuidam do mundo, que produzem, educam e preparam a força de trabalho.

No Funchal, além da residência artística e entrevistas à comunidade local, o projecto incluiu a apresentação de duas sessões do espetáculo, sendo uma delas com audiodescrição e tradução em língua gestual portuguesa. Além disso, incluiu um workshop com alunos do Conservatório – Escola Profissional das Artes da Madeira e uma conversa acerca do trabalho doméstico com Maria Ganança e Conceição Ramos, a fundadora do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas, em Portugal.

Sara Barros Leitão, nasceu no Porto em 1990. Atualmente, trabalha como actriz, criadora, encenadora, assistente de encenação e dramaturga. Destacando-se, nos últimos anos, as encenações dos concertos “Trilogia das Barcas” (2018) de Gil Vicente, “Rei Lear” (2019) de William Shakespeare, coproduzidos pelo Centro Cultural de Belém e Toy Ensemble, e as criações “Teoria das Três Idades” (2018), coproduzida pelo Teatro Experimental do Porto e Teatro Municipal do Porto, e “Todos Os Dias Me Sujo De Coisas Eternas” (2019), apresentado no projeto Cultura em Expansão. Sara Barros Leitão caracteriza-se como feminista, ativista e usa o seu espaço em cena, o papel e a caneta como se fossem uma caixa de fósforos e um bidão de gasolina, ou um megafone para contar a história dos esquecidos.

Recordamos que o “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” contou com a criação, texto e interpretação de Sara Barros Leitão; assistência à criação: Susana Madeira; cenografia e figurino: Nuno Carinhas; desenho de luz: Cárin Geada; desenho de som: José Prata; montagem e operação de som: Maria Peres; montagem e operação de luz: João Teixeira; coordenação e acompanhamento da pesquisa: Mafalda Araújo; tradução e legendagem para inglês: Amarante Abramovici; direção de produção: Susana Ferreira; conceção de maquinaria António Quaresma; e execução: costura Ponto sem nó.