Madeira

Governo quer rever acordo com o Banco Alimentar

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A Madeira tem actualmente uma taxa de pobreza estimada em cerca de 28%

Nas celebrações do 10.° aniversário do Banco Alimentar da Madeira, a secretária regional de Inclusão Social e Cidadania, Rita Andrade, afirmou que o Governo Regional tenciona rever o acordo que tem com a instituição, que proporcionou uma ajuda de 200 mil euros em 2021.

“Há necessidade de rever este acordo e aumentar, quer em recursos humanos, quer em apoio financeiro para a área da logística, mas estamos a aguardar pelo orçamento para ver o que podemos dar de reforço”, frisou, explicando que será uma ajuda importante para fazer face ao crescimento desta instituição, que neste momento também proporciona ajuda a outras 50 instituições regionais, chegando assim a 10 mil famílias madeirenses.

“É uma instituição que tem vindo a crescer e a aumentar a sua capacidade na ajuda aos outros. Desde que começaram há 10 anos existiu a necessidade de profissionalizar alguns serviços mínimos, porque a base desta casa continua a ser o voluntariado. De qualquer modo, há aqui questões de logística e de transporte que, naturalmente, o Governo apoia e nesse sentido vamos rever o acordo fruto deste crescimento”, explicou, sublinhando que a Madeira tem actualmente uma taxa de pobreza estimada de cerca de 28%. "Não tem aumentado, tem diminuído, sendo certo que as Regiões Autónomas sempre tiveram rácios superiores ao nacional, fruto da sua insularidade. É claro que estamos a entrar numa nova crise e isso não vai ser inócuo e certamente já está a ter e vai ter impacto no orçamento das famílias", disse.

De acordo com a Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, no ano passado foram distribuídas 940 toneladas de alimentos na Região.

“Os desafios são grandes até por causa do acréscimo da inflação, que vem fazer com que as famílias que já tinham necessidades ainda fiquem numa situação mais difícil”, afirmou, reforçando que a instituição também precisa de inovação e de ter, por exemplo, plataformas digitais que ajudem a lutar contra o desperdício, mas também a fazer uma poupança de recursos e fazendo com que as empresas que têm excedentes de produção olhem para o Banco Alimentar como um bom parceiro para encaminhar os seus excedentes.