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Associação Zero defende que Portugal deve apoiar fim de motor de combustão até 2035

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A organização ambientalista Zero defendeu hoje que o Governo português deve apoiar o fim da venda, em 2035, de carros com motor de combustão, e os prazos graduais de redução de emissões hoje aprovados perlo Parlamento Europeu.

Os eurodeputados estabeleceram hoje 2035 como prazo limite para que todos os veículos ligeiros de passageiros e de mercadorias a serem vendidos tenham de ter emissões (de gases com efeito de estufa) zero.

"A Zero pede ao ministro do Ambiente e Ação Climática que apoie a confirmação da data final das vendas de novos motores de combustão" quando os ministros do Ambiente da União Europeia se reunirem no próximo dia 28, diz a Zero em comunicado.

"O prazo significa que os últimos carros movidos a combustível fóssil serão vendidos até 2035, dando assim uma possibilidade de um forte contributo para evitarmos alterações climáticas descontroladas. A eliminação progressiva dos motores de combustão também é uma oportunidade histórica para ajudar a acabar com nossa dependência do petróleo. Dá também a certeza de que a indústria automóvel precisa de aumentar a produção de veículos elétricos, o que reduzirá os preços dos veículos", diz, citado no comunicado, o presidente da Zero, Francisco Ferreira.

O Parlamento Europeu votou também no sentido de que a indústria automóvel reduza as suas emissões médias de veículos novos em 15% em 2025, em comparação com 2021, e em 55% em 2030 (e em 100% em 2035).

A Zero alerta ainda no comunicado que os combustíveis sintéticos para carros, os e-combustíveis, não são solução, porque reduzem pouco as emissões de dióxido de carbono (CO2) e os carros são mais caros do que um veiculo eléctrico. E diz que os ministros do Ambiente da UE não devem "deixar espaço para soluções verdes falsas".

Em Portugal, o transporte rodoviário é a maior fonte de emissões de gases com efeito de estufa, correspondendo à quase totalidade do setor dos transportes que em 2020 representou cerca de 25% do total, afirma a Zero no comunicado, acrescentando que o setor de transportes consome 65% do petróleo na Europa, quase todo importado.