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Ataque a deputado Agnelo Regala é assunto da polícia

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Foto: EPA

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, considerou hoje que o ataque ao deputado guineense Agnelo Regala constitui um assunto da polícia, admitindo que na "Guiné tudo se passa".

"Isso é assunto da polícia, vá ao Ministério Interior, à Polícia Judiciária. Não falo do cidadão Agnelo Regala. Não sei se é atentado, se é intentona, na Guiné tudo se passa", disse o Presidente da Guiné-Bissau, quando questionado sobre o ataque no sábado contra o deputado Agnelo Regala.

O deputado guineense e líder da União para a Mudança foi sábado vítima de um ataque junto à sua residência no centro de Bissau, tendo sofrido ferimentos numa perna na sequência de disparos feitos contra si.

O comandante adjunto da Polícia de Ordem Pública (POP) da Guiné-Bissau Salvador Soares prometeu hoje que as forças de ordem vão desencadear uma "investigação séria" para a descoberta de autores do ataque armado ao deputado Agnelo Regala, acrescentando que se tratou de um "caso isolado".

Questionado sobre a missão de estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que já começou a chegar ao país, o Presidente guineense disse que não é a primeira vez que acontece.

"Isto é a decisão da cimeira dos chefes de Estado, de que faço parte e da qual a Guiné-Bissau é membro. Nós também já mandamos forças de estabilização para o Ruanda, para a Libéria, para a Serra Leoa e estamos a preparar um contingente para enviar para outros países", disse.

Sobre o facto de ter mandado acantonar as forças da Ecomib, em 2020, após ter tomado posse como chefe de Estado, e agora a CEDEAO ter decidido enviar novamente uma missão, Umaro Sissoco Embaló referiu-se ao atentado contra si a 01de fevereiro.

"E agora fui vítima e os meus colegas os meus pares entenderam por bem que é importante a estabilização da Guiné-Bissau, a cimeira optou e eu tenho de aceitar", disse.

Sobre se essa decisão não tinha de ser aprovada pelo parlamento guineense, o Presidente guineense afirmou que não entra "na treta".

"Alguma vez o parlamento se pronunciou sobre a vinda das tropas da CEDEAO?", questionou o chefe de Estado.

A CEDEAO anunciou o envio de uma missão militar de interposição para a Guiné-Bissau em fevereiro na sequência de um ataque contra o Palácio do Governo, quando o decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participavam o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

A semana passada a força começou a chegar ao país, mas o porta-voz do Governo e ministro do Turismo guineense, Fernando Vaz, remeteu mais pormenores para a cimeira dos chefes das Forças Armadas da CEDEAO, que vai decorrer em maio no Gana.

Fontes militares confirmaram à Lusa que a força de estabilização será composta "num primeiro momento" por 631 militares.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou na África do Sul, que a força é composta por elementos do Senegal, Nigéria, Gana e Costa do Marfim.