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Destruição global?

As armas nas mãos da Rússia ou da Ucrânia, sobretudo através do apoio das forças NATO, são meios brutais e massivos de destruição e de morte. Apesar da dimensão da atrocidade e da desumanidade das incidências da guerra na Ucrânia, apesar de toda a crueldade e de tamanha violência, até agora, não foram mobilizados meios militares e armamentos de ainda maior poder de liquidação das forças em luta. Mas, o recurso a essas armas, incluindo as de destruição total, nas quais se inserem as armas nucleares, está ao alcance dos “senhores daquela guerra”.

As armas de que os russos e os ucranianos dispõem para se defenderem ou para agredirem, para derrubarem as situações opressivas ou fazerem valer a sua justiça são tão violentas e têm um tal poder destrutivo que ninguém com um mínimo de sentido ético as pode aceitar como meio legítimo para a resolução de conflitos entre Estados. É que, através do armamento disponível na Rússia e na Ucrânia/NATO, deixou de haver qualquer proporção entre os fins invocados e os meios usados, entre o bem alegado e o mal que provocam. Ou seja, as armas homicidas possuídas pela Ucrânia e pela Rússia têm um poder de destruição e de morte que podem conduzir a humanidade para uma guerra terminal, completamente devastadora.

Por consequência, a questão da salvação dos povos e do futuro do planeta é sem dúvida a questão fundamental. A questão do poder e do regime, a questão da ideologia ou do sistema – se por ventura existe – terá de passar a um segundo plano, face à urgência de evitar a destruição global.

Então, importa alargar o movimento de opinião em defesa de um imediato cessar fogo por parte da Rússia e para que a Ucrânia aceite a eliminação da guerra, de modo a que as forças envolvidas no espírito de guerra optem pelo diálogo político, e aceitem a política do diálogo.

Esta é a via capaz de evitar a destruição total.