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Governo da Croácia apoia adesão à NATO da Suécia e Finlândia apesar de oposição do Presidente

Presidente croata, Zoran Milanovic
Presidente croata, Zoran Milanovic

O Governo da Croácia voltou a reiterar que apoiará a adesão da Finlândia e a Suécia à NATO e que o Presidente croata, Zoran Milanovic, que quer vetar a entrada dos países, não tem autoridade para fazê-lo.

"O represente da Croácia perante a NATO em Bruxelas, Mario Nobilo, tem as minhas instruções para aceitar o pedido da Finlândia e da Suécia para entrarem na Aliança", afirmou o ministro de Relações Exteriores croata, Gordon Grlic Radman, numa publicação divulgada na página online do Governo.

"A entrada da Finlândia e da Suécia é bem-vinda", reiterou na quarta-feira o ministro, em declarações à televisão regional, mencionando a possibilidade de ir pessoalmente a Bruxelas assinar o protocolo de convite dos dois países escandinavos.

Radman disse ainda estar "absolutamente seguro" de que o parlamento croata também apoiará a admissão dos países.

Segundo a lei croata, a política exterior é gerida pelo Governo e pelo Presidente, que enquanto chefe de Estado, tem essencialmente um papel protocolar, além de ser comandante das forças armadas.

O Presidente Milanovic insiste que a Croácia deve vetar a entrada da Finlândia e da Suécia na NATO até as autoridades bósnias alterarem a lei eleitoral, que segundo o mesmo, é discriminatória para com os croatas-bósnios.

O chefe de Estado croata não esclareceu que relação a eventual entrada da Finlândia e da Suécia na Aliança Atlântica - em plena guerra na Ucrânia - tem com uma lei eleitoral na Bósnia, país que não faz parte da União Europeia (UE) ou da NATO.

A lei eleitoral bósnia deverá ser alterada pelo parlamento da Bósnia-Herzegovina, país dividido em três grupos étnicos: bósnios (muçulmanos), sérvios e croatas.

Milanovic, acusado pelo governo de ser pró-russo, reforçou na quarta-feira que vai pedir ao embaixador na NATO que não aceite a adesão dos países nórdicos.

Por sua vez, o Presidente criticou o Governo do seu país, chefiado pelo primeiro-ministro conservador Andrej Plenkovic, acusando-o de ser composto por "traidores" à pátria e de estar ao serviço de Bruxelas.

"É anti-europeu chantagear desta forma. O Presidente está a prejudicar o prestígio do país na cena internacional com estas declarações", comentou Radman.

Para além do Governo conservador croata, o Partido Social Democrata (SDP) que teve Milanovic como o seu candidato à presidência, também apoia a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO.