Estreou ontem, no Teatro Municipal Baltazar Dias, ‘Vim da Noite e Queimei a Minha pele’, um espectáculo que nasceu como resultado do laboratório ‘Fora de Zona: Próxima Paragem’, desenvolvido no T1 do Barreirinha Bar Café.

Este projecto partiu do universo nocturno e das suas características, com o objectivo de criar relações entre os temas existenciais que compõem a passagem para a vida adulta.

A acção remete o público para o fim de uma festa e, consequentemente, para a procura de um lugar onde prolongar a noite. Nessa procura, ora num tom confessional e autobiográfico, ora numa dimensão ficcional, os performers reflectem sobre temas como: questões geracionais e de crescimento/ desenvolvimento pessoal, vícios e distrações, sexualidade, amor, relações humanas em geral.

Segundo o Desvio Teatro “queimar a pele significa mudança, que é algo pelo qual ando sedento, não só na vida, mas também relativamente aos meus objectos artísticos. É um convite para que os espectadores reflictam sobre as suas vidas, como poderão mudar, num contexto mais íntimo e em relação ao mundo. Que reflictam sobre o que é preciso queimar para evoluir.”

Marco Lima afirma que o grupo com quem desenvolveu este projecto, “são pessoas muito curiosas, muito generosas e com uma grande disponibilidade para o novo e sendo que grande parte do meu trabalho tem esta componente filosófica, eu lancei os temas e as referências e construímos, em conjunto, o guião do espetáculo”.

É de referir que o Desvio Teatro tem traçado um percurso profissional que apresenta características multidisciplinares. Do Teatro à Música, da instalação à performance, da literatura à filosofia. Natural da Madeira, iniciou em criança a formação artística nas artes performativas.