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Catorze crianças morreram no último mês devido a surto de sarampo no Zimbabué

Foto: Globo
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Catorze crianças morreram e dezenas foram infetadas por um surto de sarampo no Zimbabué, anunciou hoje o Ministério da Saúde e Cuidados Infantis.

Os infetados têm idades entre os 6 meses e os 15 anos, detalhou o departamento governamental em comunicado, especificando que apenas nove de um total de 72 infetados foram vacinados contra a doença.

Até agora, o surto foi detetado em Mutasa, um distrito agrícola na populosa província de Manicaland (leste).

"Para controlar o surto, (a autoridade sanitária) iniciou uma campanha de vacinação em massa no distrito de Mutasa visando a faixa etária dos 6 meses aos 15 anos, independentemente do estado vacinal", anunciou o Ministério da Saúde

"Todas as províncias são encorajadas a estar em alerta máximo e notificar quaisquer casos suspeitos ao centro de saúde mais próximo", acrescenta-se na nota oficial.

Anteriormente, a imprensa independente havia citado um alto funcionário do Ministério da Saúde, Jasper Chimedza, que forneceu números mais altos, garantindo que a doença causou 20 mortes e 137 infetados desde 11 de abril.

"Todos ou a maioria dos infetados não foram vacinados contra o sarampo por várias razões, incluindo crenças religiosas", disse Chimedza ao portal independente de notícias de saúde Health Times.

Seitas religiosas apostólicas, cujos fiéis se reúnem em igrejas ao ar livre envergando vestes brancas distintas, são populares em Manicaland.

Os seus seguidores evitam as vacinas, pois são contra o uso da medicina moderna.

No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertaram para uma "tempestade perfeita de condições" para surtos de sarampo entre crianças em todo o mundo, com um aumento de 79% nos surtos de sarampo no mesmo período do ano passado.

Segundo as duas agências da ONU, as interrupções relacionadas com a pandemia de covid-19 e o desvio de recursos dos programas de imunização de rotina deixaram "muitas crianças desprotegidas contra o sarampo e outras doenças evitáveis por vacina".