A Guerra Mundo

561 soldados da Guarda Nacional morreram desde o início do conflito

Foto: EPA/VASILIY ZHLOBSKY
Foto: EPA/VASILIY ZHLOBSKY

Cerca de 561 soldados da Guarda Nacional ucraniana, que inclui o regimento Azov entrincheirado na fábrica de aço Azovstal em Mariupol, morreram desde o início da invasão russa da Ucrânia, disse hoje o chefe da instituição, Oleksiy Nadtochy.

O responsável precisou, numa conferência de imprensa 'online', que outros 1.697 membros da Guarda Nacional ficaram feridos.

Esta é uma rara contagem por um funcionário ucraniano sobre baixas militares desde o início da guerra, uma vez que tanto o Ministério da Defesa ucraniano, como o russo, não costumam relatar as suas perdas.

Em meados de abril, o Presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, colocou entre 2.500 e 3.000 o número de soldados mortos, adiantou que cerca de 100.000 soldados ficaram feridos e admitiu que é "difícil dizer quantos deles irão sobreviver", acrescentou.

A Guarda Nacional ucraniana, que faz parte do Ministério do Interior, foi criada em março de 2014, na sequência do movimento pró-europeu Maidan que assistiu à queda de um Presidente pró-russo e numa altura em que as autoridades temiam uma intervenção do Exército russo no leste do país.

Nas suas fileiras estavam integrados grupos de "autodefesa" que estiveram na linha da frente durante a Maidan, incluindo vários batalhões nacionalistas, como o regimento Azov. Por lei, pode ter até 60.000 homens nas suas fileiras.

A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.