Comunidades Madeira

Emigrantes na Venezuela reforçam pedido de voos directos para a Madeira

Foto DR
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O director regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, visitou ontem o Mercado Municipal de Chacao, em Caracas, onde trabalham cerca de três centenas de pessoas, 30 das quais têm origem na Madeira.

Numa visita guiada pelo vice-presidente da Associação de Comerciantes do Mercado, Carlos Jorge Nunes, natural de Câmara de Lobos, Rui Abreu contactou com comerciantes madeirenses e populares.

"É um dos mercados mais importantes de Caracas, com uma grande diversidade de produtos frescos, e é bom perceber, mais uma vez, que os emigrantes madeirenses estão envolvidos em diferentes áreas económicas", disse Rui Abreu no final da visita, mostrando-se satisfeito com a confiança que foi transparecendo nas conversas que manteve. "O que dizem, é que é preciso trabalhar e viver, e assim conseguem as suas coisas", contou, dizendo que uma das preocupações que foi ouvindo, prende-se com a necessidade de serem retomadas as ligações aéreas da TAP, e de um voo directo para o Funchal.

Com economia a recuperar, e num ambiente descontraído, Rui Abreu foi ouvindo muitas histórias de vida de quem trocou a Madeira pela Venezuela, como a de João de Abreu, natural do Campanário. Este emigrante, de 73 anos, está na Venezuela há 60 e recorda o que o motivou a emigrar.

"Não vim para a Venezuela por necessidade. Não passava fome. O que aconteceu, foi que ficava fascinado com os emigrantes que regressavam de férias ao Campanário. Traziam grandes carros, davam festas, pagavam arraias. Era uma grande abundância e fartura, e eu também queria isso para mim", conta este pequeno comerciante, conhecido por 'Mau Tempo' no Campanário, cujos três filhos têm todos negócios no Mercado.

"Tinha três objectivos. Ter uma casa, casar e comprar um acordeão. Consegui isto tudo, e mais", garantiu.

Também Jorge Freitas conseguiu. O empresário madeirense natural da Camacha, actuava na área dos casinos. Chegou a ter quase uma mão cheia de casinos, mas em 2010 o governo decretou o encerramento de todas as unidades. "Estão a dar agora novamente licenças, e vou reabrir em breve", diz, satisfeito, sublinhando que a situação no país já esteve bem pior.