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Mário Mourão eleito secretário-geral da União Geral de Trabalhadores

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O socialista Mário Mourão foi hoje eleito secretário-geral da UGT para o próximo quadriénio, com 455 votos a favor, 77 votos contra e 21 abstenções.

Mário Mourão é presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN), ex-Sindicato dos Bancários do Norte, desde 2005, e é desde novembro secretário-geral da Tendência Sindical Socialista (TSS).

A eleição de Mário Mourão no 14.º Congresso da UGT, que hoje termina em Santarém, não foi uma surpresa pois normalmente é o líder da tendência sindical socialista que se candidata ao cargo de secretário-geral da UGT, embora estatutariamente possam apresentar-se outros candidatos no congresso da central, desde que reúnam os apoios necessários, mas isso nunca aconteceu na história da UGT.

Mário Mourão sucede a Carlos Silva, que foi secretário-geral da UGT entre abril de 2013 e hoje.

Carlos Silva tinha substituido o histórico João Proença, que liderou a TSS e a central sindical durante 18 anos.

João Proença foi o segundo secretário-geral da UGT e sucedeu a José Manuel Torres Couto.

Os órgãos sociais da UGT resultam normalmente da negociação entre as tendências sindicais socialista e social-democrata. Dado que os socialistas têm a maioria dentro da UGT, indicam o secretário-geral a eleger no congresso, enquanto os social-democratas indicam o presidente a votar.

A social-democrata Lucinda Dâmaso, dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Norte, é a presidente da UGT desde há nove anos, tendo sido reeleita para mais um mandato.

Criada em 28 de outubro de 1978, numa Assembleia Constitutiva em que foram aprovados os seus estatutos e a declaração de princípios provisórios, a UGT viria a transformar-se formalmente em central sindical em janeiro do ano seguinte.

A criação da segunda central sindical do país resultou de um movimento surgido em 1976, o "Movimento Carta Aberta", que criticava a atuação da Intersindical.

Em janeiro de 1979, realizou-se no Porto o primeiro congresso da UGT, em que o socialista Torres Couto foi eleito secretário-geral e o social-democrata Miguel Pacheco escolhido para presidente.