A Guerra Mundo

Negociações foram "substanciais"

Chefe da delegação russa e conselheiro presidencial, Vladimir Medinsky.
Chefe da delegação russa e conselheiro presidencial, Vladimir Medinsky.

As negociações entre a Rússia e a Ucrânia em Istambul foram "substanciais" e Kiev apresentou propostas "claras", disse o chefe da delegação russa e conselheiro presidencial, Vladimir Medinsky.

No final da ronda de negociações que decorreu no palácio de Dolmabahçe em Istambul, Medinsky indicou que as delegações dos dois países tiveram "discussões substanciais", adiantando que as propostas "claras" da Ucrânia para um acordo seriam "estudadas muito em breve e submetidas ao Presidente" russo, Vladimir Putin.

Considerou que uma cimeira entre Putin e o Presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, será possível no caso de um acordo para acabar com as hostilidades. Desde o início da invasão russa a 24 de fevereiro, Moscovo sempre rejeitou essa proposta de Kiev.

"No que respeita a uma reunião dos dois presidentes, dissemos desde o início que esta será possível quando houver um acordo (...). A reunião pode ser multilateral com a participação de "Estados mediadores", disse Medinsky.

O negociador russo propôs que "após a discussão substancial de hoje" seja realizada uma reunião para "rubricar o acordo", acrescentando: "Desde que trabalhemos rapidamente no acordo e encontremos os compromissos necessários, a possibilidade de alcançar a paz chegará".

"Os resultados da reunião de hoje (em Istambul) são suficientes para uma reunião a nível de chefes de Estado", disse David Arakhamia, negociador-chefe da delegação da Ucrânia.

Segundo Arakhamia, desta ronda de negociações, em Istambul, também saiu a conclusão de que a Ucrânia concordará em ser um país neutro, se houver um "acordo internacional" para garantir a sua segurança, do qual vários países, que atuariam como fiadores, seriam signatários.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.