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Ocidente exorta talibãs a deixar raparigas ir à escola

Foto EPA/STRINGER
Foto EPA/STRINGER

Seis países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, e a União Europeia exortaram os Talibãs a "inverter urgentemente" a decisão de proibir as raparigas afegãs de frequentar a escola depois do 5.º ano de escolaridade.

França, Itália, Noruega, Estados Unidos, Canadá e Grã-Bretanha, assim como o Alto Representante da UE, advertiram, na quinta-feira, que a mudança anunciada esta semana teria "consequências muito para além dos danos às raparigas afegãs", podendo prejudicar a ambição do Afeganistão de se "tornar um membro respeitado da comunidade das nações".

"Isto irá inevitavelmente afetar as hipóteses dos Talibãs de ganharem apoio político e legitimidade, tanto a nível interno como externo", defenderam os países numa nota conjunta citada pela agência de notícias France Presse (AFP).

Os países alertaram para as consequências para a "coesão social" e "crescimento económico" do país.

"Todos os cidadãos afegãos, rapazes e raparigas, homens e mulheres, têm o mesmo direito à educação a todos os níveis, em todas as províncias do país", defenderam.

Os Talibãs, que estão no poder no Afeganistão desde agosto de 2021, inverteram na quarta-feira a sua decisão de permitir que as raparigas estudassem em escolas do ensino básico e secundária, poucas horas depois do arranque do primeiro dia de aulas, que tinham estado suspensas por causa das férias.

A medida anunciada permite as raparigas de frequentar a escola apenas até ao final do 5. ano, que é o equivalente ao 1.º e 2.º ciclos em Portugal.  

A decisão junta-se assim a uma multiplicidade de restrições que os talibãs já impuseram ás mulheres nos seus sete meses de poder: Estão excluídas de muitos empregos públicos, a forma como se vestem é controlada e estão proibidas de viajar sozinhas fora da sua cidade.

No dia em que os talibãs anunciaram o seu recuo no que toca ao ensino, vários representantes de organismos internacionais, desde a Unicef ao presidente da ONU, criticaram a medida, apelando à igualdade no acesso ao ensino.