A Guerra País

Juiz autoriza neonazi Mário Machado a ir para a Ucrânia

Militante da extrema-direita alega querer “prestar ajuda humanitária” e, “se necessário, combater ao lado das tropas ucranianas"

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Foto Global Imagens

Mário Machado, ex-líder do movimento de extrema-direita Nova Ordem Social - que foi foi detido em Novembro último por posse ilegal de arma, discriminação racial, discurso e propagação de ódio na Interne​t - conseguiu autorização para suspender as medidas de coacção. Segundo uma notícia avançada pelo jornal Expresso, o neonazi está a caminho da Ucrânia alegando querer prestar ajuda humanitária.

Mário Machado estava sujeito à medida de coacção de apresentações quinzenais numa esquadra de polícia, que terá cumprido até agora. Porém, há uma semana e meia, terá enviado um requerimento ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), pedindo a alteração das medidas de coacção, justificando com a vontade de ir para a Ucrânia.

No documento, citado pelo Jornal de Notícias, Mário Machado explica que mobilizou "um grupo de pessoas de diferentes nacionalidades que se propõe ir para a Ucrânia prestar ajuda humanitária e, se necessário, combater ao lado das tropas ucranianas".

O juiz aceitou os argumentos do arguido e, em despacho, diz que "considerando a situação humanitária vivida na Ucrânia e as finalidades invocadas pelo arguido para a sua pretensão", decidiu autorizá-lo a deixar de cumprir a medida de coacção, "enquanto estiver no estrangeiro, nomeadamente naquele país".

Segundo o advogado de Mário Machado, ouvido pelo periódico nacional, o militante da extrema-direita terá saído de Portugal na sexta-feira ou este sábado. Acrescenta ainda que “ninguém pediu provas da sua presença na Ucrânia mas se for necessário serão apresentadas.”

“Trata-se de uma simples alteração das medidas de coação, que tem eficácia enquanto ele estiver na Ucrânia. É uma situação excecional. Quando regressar irá voltar às apresentações”, assegura.