Ucrânia, Rússia e democracia

A invasão da Ucrânia pela Rússia remete-nos para acontecimentos que antecederam a 2.ª guerra mundial, fruto dos intentos expansionistas e belicistas de Hitler ao violar os tratados internacionais tal como fez agora Putin violando a Carta das Nações Unidas e o Direito Internacional. Então como agora a diplomacia tentou negociar o inegociável a troco de cedências que condenaram países e povos soberanos ao jugo da potência invasora. Ao ameaçar o mundo com uma guerra de consequências nunca vistas onde se subentende o recurso a armas químicas e nucleares se o impedirem de lograr os seus intentos belicistas e imperialistas, Putin por mais que minta acaba confirmando que aquilo que o move nada tem a ver com a efetiva segurança da Rússia. Como é que se chegou a este ponto de quase não retorno? Porque o povo russo e as suas instituições que deveriam zelar pela liberdade e a democracia falharam ao permitir a eleição com maioria absoluta para liderar essa mesma democracia de um ditador como Putin que intimida, prende e assassina quem contesta, denuncia e se opõe às suas decisões megalómanas e de total desprezo pela democracia e as suas instituições. Até o modo humilhante como recebe e destrata os seus conselheiros de estado mantendo-os a grande distância, revela que não tem qualquer confiança nos mesmos e que essas reuniões são um mero pró-forma para forçá-los a assumir as responsabilidades das decisões que ele toma e provavelmente só partilha com uma entourage muito seletiva de altas patentes militares e dos serviços secretos que lhe garantem o poder absoluto. Como qualquer guerra também esta sabe-se como começou mas não como acabará. Resta-nos esperar pelo efeito das sanções e que o povo russo se dê rapidamente conta que Putin não passa de um ditador e uma ameaça para o mundo, a liberdade e a democracia. Se o povo russo não o impedir o ditador Putin que destrói a Ucrânia e o seu povo acabará destruindo a democracia e a liberdade também na Rússia.

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