Madeira

NÓS Cidadãos! questiona CMF sobre recolha de resíduos para reciclagem

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"A 6 de Dezembro, o conhecido professor e geógrafo Raimundo Quintal questionou o executivo da CMF sobre a limpeza da cidade, a qual, em alguns pontos já bem conhecidos permanece suja, com cheiros “nauseabundos” e sem a devida e atempada recolha de resíduos que muitas vezes se amontoam nos caixotes e nas ruas. Hoje, o partido NÓS, Cidadãos! acompanha esta queixa e denuncia (e assinala) uma outra". É desta forma que começa o comunicado do partido enviado esta sexta-feira à imprensa.

Após constatar in loco – e dialogar com alguns moradores de vários edifícios localizados bem no centro da cidade, mas também da “periferia” –, para além de consultar uma relevante empresa de Gestão/Administração de Condomínios, ficamos a saber que a Câmara Municipal do Funchal não está a efectuar a devida recolha selectiva de alguns resíduos sólidos para reciclagem tem mais de três semanas, nomeadamente os resíduos que são depositados no ecoponto amarelo. (A foto enviada é testemunha!) Como é público, é neste contentor amarelo (Ecoponto) que são depositados três tipos de materiais de embalagens altamente poluentes para o meio ambiente e que é essencial reciclar e reutilizar. Trata-se do plástico (algum dele leva mais de 500 anos para se decompor), o metal e os pacotes de bebidas (a título de exemplo, garrafas e garrafões de plástico; embalagens de iogurtes; pacotes de arroz, massas; embalagens de detergentes de limpeza; sacos de plástico; latas de bebidas e conservas; pacotes de líquidos como o leite, sumos, vinho, natas, tomate, etc.). NÓS, Cidadãos!

O partido lamenta que muito deste plástico ainda seja "indevidamente descartado na natureza e, neste momento, centenas de famílias funchalenses estão a ser privadas de contribuírem para que ele seja reciclado e reutilizado como matéria-prima para a fabricação de novos produtos".

É habitual as autoridades competentes pedirem aos cidadãos para que não “se livrem” do plástico (e outros resíduos poluentes) em contentores destinados para outro efeito, lembra o NÓS, Cidadãos.

Porém, sem uma recolha atempada e eficaz destes e de outros resíduos (como vem sendo comum), como podem os funchalenses continuar a armazenar este tipo de produtos nas suas residências e não comprometerem a sua própria saúde? Presumivelmente por falta de recursos humanos ou por carência de viaturas, a Câmara Municipal do Funchal não está a cumprir cabalmente com a missão que lhe compete de recolha destes resíduos – e com o nobre objectivo de que estes tenham uma nova vida, antes que lhes ditemos o fim da utilidade. Mas, para o partido NÓS, Cidadãos! esta situação não pode continuar! NÓS, Cidadãos!

Vai daí, o partido aumenta o tom.

Senhor Presidente da CMF, Pedro Calado, o plástico – aquele que em tempos foi o mais prático dos materiais – tornou-se actualmente num problema de escala mundial. É preciso perceber isto e reformar todo o sistema de recolha de resíduos na cidade. Ele não está a ser eficiente nem eficaz e, como recentemente disse a secretária regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Susana Prada, a Madeira tem de reciclar ainda mais e passar, já em 2025, para os 25%. NÓS, Cidadãos!

O partido NÓS, Cidadãos! diz ser mais ambicioso e propõe uma taxa de 60% em 2030 (a nova meta proposta pela União Europeia).

No entanto, para que isso aconteça, "a CMF terá de alterar o seu modelo de recolha e contribuir com uma taxa de recolha selectiva acima daquela que está a executar. Os funchalenses saberão corresponder ao desafio e o ambiente agradece".

Por último, de acordo com um relatório das Nações Unidas, em 2015 os plásticos estiveram na origem da produção de quase dois mil milhões de toneladas de CO2. Se não forem tomadas sérias medidas, em 2050, os valores podem quadruplicar e o plástico pode vir a representar cerca de 15% da produção global de carbono. Estes números ajudam a perceber a dimensão do problema: 85% do lixo que se espalha nos oceanos é feito de plástico… e o oceano Atlântico é, neste caso, o nosso vizinho. NÓS, Cidadãos! queremos medidas que ajudem a solucionar este problema e não o inverso! NÓS, Cidadãos!