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Três palestinianos mortos por forças israelitas na Cisjordânia

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Três palestinianos foram mortos ontem pelas forças israelitas em confrontos durante uma operação do exército na Cisjordânia ocupada, anunciou o ministério da Saúde palestiniano.

Por sua vez, o exército israelita disse que as suas tropas abriram fogo após terem sido alvo de disparos durante uma operação de detenção na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia.

Jenin e o campo de refugiados adjacente são um reduto de militantes palestinos, no qual Israel tem intensificou as operações nos últimos meses.

De acordo com a agência oficial palestiniana Wafa, a operação levou ao eclodir de "confrontos e escaramuças violentas" entre moradores de Jenin e as forças israelitas.

O Ministério da Saúde palestiniano identificou as três vítimas como Atta Shalabi, de 46 anos, Tarek al-Damj, 29, e Sedki Zakarneh, 29. Não ficou imediatamente claro se eram membros de um grupo militante.

Fotos antigas que circulam nas redes sociais mostram dois dos três palestinianos mortos a posar com espingardas. A imprensa palestina também partilhou imagens de uma ambulância atingida por tiros israelitas em Jenin.

Fações palestinas na cidade convocaram uma greve geral para lamentar os mortos e mostrar solidariedade para com as famílias.

Na quarta-feira, uma outra operação do exército israelita, contra supostos membros da Frente Popular de Libertação da Palestina (PFLP), uma organização considerada "terrorista" por Israel, Estados Unidos e União Europeia, tinha causado um morto, também na Cisjordânia.

O Clube dos Prisioneiros Palestinianos, uma organização civil de defesa dos detidos palestinianos presos em Israel, adiantou que a vítima mortal foi Omar Manaa, de 22 anos.

"Um cidadão foi baleado e morto no campo de refugiados Dheisheh em Belém", no sul da Cisjordânia, disse na altura o ministério da Saúde palestiniano, adiantando que foram registados seis feridos.

Pelo menos 149 palestinianos e 26 israelitas foram mortos desde o início do ano na Cisjordânia, Israel e Jerusalém.

Segundo o Ministério da Saúde palestiniano, as incursões acontecem num contexto de alta tensão em Israel e na Cisjordânia, onde está ocorrer o ano mais violento desde 2006, com 160 palestinianos mortos em violentos confrontos, e do lado israelita, foram contabilizados 29 mortos, 21 dos quais civis.

As autoridades israelitas dizem ter detido cerca de 3.000 "suspeitos de terrorismo" palestinianos, frustrado mais de 500 ataques e apreendido cerca de 250 armas este ano.

Israel tomou o controlo da Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias em 1967 e desde então mantém sobre o território uma das ocupações militares mais longas da história recente.

Na semana passada, o enviado das Nações Unidas para a paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, tinha alertado que a situação na Cisjordânia estava "a atingir um ponto de ebulição".