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Sérvios erguem novas barreiras à medida que a tensão aumenta no Kosovo

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Foto: Euronews

A minoria sérvia do Kosovo ergueu hoje mais bloqueios em estradas no norte país, um dia após a vizinha Sérvia colocar as suas tropas perto da fronteira em alto nível de prontidão de combate, divulgou a agência de notícias Associated Press (AP).

As novas barricadas, montadas com camiões carregados, foram colocadas durante a noite em Mitrovica, uma cidade do norte de Kosovo dividida entre sérvios e albaneses étnicos - os que representam a maioria da população no Kosovo.

É a primeira vez desde o início da recente crise que a minoria sérvia bloqueia estradas numa das principais cidades do país. Até agora, os bloqueios tinham sido montados nas estradas que levam à fronteira entre o Kosovo e a Sérvia.

Para removerem as barricadas de camiões e de outros veículos, os sérvios exigem a libertação de vários ex-agentes de segurança detidos nas últimas semanas pela polícia kosovar, alegando que a sua detenção apenas visou intimidar a população sérvia.

A minoria sérvia também exige a retirada das unidades especiais de polícia kosovar no norte, insistindo que a sua implantação viola os acordos de normalização, alcançados com a mediação da União Europeia (UE), que deixam os poderes de policiamento para os sérvios.

O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, disse que ordenou o mais alto estado de alerta do exército para "proteger" os sérvios do Kosovo e "preservar a Sérvia".

Vucic afirmou que Pristina está a preparar-se para atacar a minoria sérvia no norte do país e remover à força vários dos bloqueios de estradas que esta população começou a levantar há 18 dias.

As autoridades de Kosovo acusaram Vucic de usar os meios de comunicação estatais para provocar problemas e desencadear incidentes que serviriam de pretexto para uma intervenção armada na antiga província sérvia do Kosovo.

Petar Petkovic, responsável do Governo da Sérvia encarregado dos contactos com a minoria sérvia no Kosovo, disse à televisão estatal sérvia RTS que a prontidão de combate das tropas sérvias foi introduzida porque o Kosovo havia feito a mesma coisa.

Petkovic afirmou que unidades fortemente armadas do Kosovo querem atacar os sérvios do Kosovo.

O Kosovo "tem a intenção de atacar nossas mulheres, idosos, crianças, homens. O nosso povo que nas barricadas está apenas a defender o direito de viver", sublinhou o responsável sérvio.

Os kosovares pediram à Força de Manutenção da Paz do Kosovo (KFOR), missão da NATO no país, para remover as barricadas e deu a entender que as forças de Pristina o farão se esta unidade da Aliança Atlântica não reagir.

Cerca de 4.000 soldados da paz liderados pela NATO estão estacionados no Kosovo desde a guerra de 1999, que terminou com a perda do controlo de Belgrado sobre o território.

Qualquer intervenção armada sérvia no Kosovo provavelmente resultaria num confronto com as forças da NATO e significaria uma grande escalada de tensões nos Balcãs, que ainda estão a se recuperar da sangrenta dissolução da ex-Jugoslávia na década de 1990.

As tensões entre o Kosovo, que declarou independência após uma guerra em 2008, e a Sérvia atingiram o seu pico no mês passado. As tentativas ocidentais de chegar a um acordo negociado falharam, com a Sérvia recusando-se a reconhecer o Estado do Kosovo.

A KFOR e a União Europeia pediram a Pristina e Belgrado que mostrassem moderação e evitassem provocações.

O Kosovo continua a ser um potencial ponto crítico nos Balcãs anos após a guerra de Kosovo de 1998-99, que terminou com uma intervenção da NATO que expulsou as tropas sérvias da sua antiga província.