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Explosão de carro armadilhado mata dois suspeitos e um polícia em Islamabade

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Uma forte explosão de um carro armadilhado assolou hoje uma área residencial em Islamabade, deixando mortos dois suspeitos e um dirigente local, anunciou a polícia, atentado já reivindicado por um grupo talibã paquistanês.

O atentado, que vem aumentar o receio de que os militantes terroristas estejam já presentes numa das cidades mais seguras do país, provocou também ferimentos em três outros polícias e a sete transeuntes.

A explosão do carro armadilhado ocorreu a 15 quilómetros da cidade-guarnição de Rawalpindi, sede das agências militares e de espionagem do governo.

Num comunicado, a polícia disse que a explosão aconteceu quando os agentes policiais envolvidos numa "operação stop" mandaram parar a viatura.

Em vez de estacionar o carro, o motorista fez detonar os explosivos escondidos no interior da viatura, onde seguia também uma mulher, que acabou por morrer na explosão.

Imagens divulgadas pelas televisões mostram um carro em chamas, enquanto a polícia se organizava para montar um cordão de segurança no local.

O primeiro-ministro paquistanês, Shahbaz Sharif, condenou o atentado e agradeceu à polícia.

"A polícia ordenou a paragem da viatura e os agentes sacrificaram-se pelo país, que saúda esse bravos homens", sublinhou o chefe do executivo paquistanês.

Mohammad Khalid Khurasani, porta-voz de um grupo talibã, o TTP, que está a atuar no país, reivindicou num comunicado que um dos militantes do movimento foi o autor do ataque suicida para vingar a morte de um alto responsável da organização.

Abdul Wali, amplamente conhecido como Omar Khalid Khurasani, foi morto num atentado à bomba em agosto na província de Paktika, no Afeganistão. 

A morte de Wali foi um duro golpe para o TTP, que responsabilizou os agentes dos serviços secretos paquistaneses pelo assassínio.

Os talibãs paquistaneses intensificaram os ataques às forças de segurança desde novembro, quando anunciaram unilateralmente o fim de um frágil acordo de cessar-fogo com o Governo e que durou cerca de seis meses.

A violência mais recente ocorre dias depois de vários detidos do TTP paquistanês terem dominado os agentes policiais num centro de contraterrorismo em Bannu, no distrito de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão, apoderando-se do armamento lá existente e fazendo três polícias como reféns.

Os 33 sequestradores associados aos TTP acabaram por morrer depois de uma operação das tropas especiais paquistanesas, que também permitiu resgatar os três reféns com vida.