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As Tendências do Futebol de Formação

O futebol é um desporto popular, uma modalidade apaixonante capaz de mobilizar pessoas e transformar atletas de todas as origens em ícones internacionais. A última década patenteou peripécias praticadas pelos atores desportivos de várias associações do país, dentro e fora das quatro linhas.

A RAM é um local que detém imensos jogadores com qualidade técnica e tática acima da média, mas é urgente repensar o futuro da formação, pois a maioria dos jogos são assinalados por episódios que retiram a atratividade do espetáculo. A fim de fomentar talento, é primordial rever as ações antidesportivas, pois estagnam o desenvolvimento.

Sou defensor de que o crescimento e valorização de uma organização desportiva é assente numa estratégia que inclua e valorize o jogador da formação, pois tornará a mesma mais sólida, competitiva e sustentável desportivamente. Além do investimento nos recursos materiais e físicos, é crucial agregar os recursos humanos.

Os subsequentes distúrbios são provenientes do escalão sénior, quer de competições profissionais como não profissionais. O mediatismo da modalidade neste escalão, apresenta e transmite comportamentos que não abonam a favor do espetáculo desportivo, influenciando, negativamente, as jovens gerações.

A primeira predisposição é o antijogo, comum em Portugal e muito adotado no futebol regional, sobretudo a demora na reposição da bola em jogo. A segunda conjuntura é o desrespeito pela equipa de arbitragem, praticantes a insultar com palavras deploráveis os responsáveis pela gestão da partida. A terceira propensão é a “falsa lesão”, muito conectada com a estratégia incumpridora das leis de jogo. Estas ações surgem com o propósito do jogador explorar regularmente a procura pela falta, abrandar o ritmo competitivo e prejudicar a equipa adversária.

É prudente o atleta destacar-se pelas particularidades intrínsecas, por exemplo técnicas, físicas, táticas ou humanas, deste modo está mais perto de atingir patamares superiores, como os campeonatos profissionais ou seleção nacional. Em vez disso, a maioria prefere ser o foco negativo e sentir-se observado pelos árbitros e espetadores, com condutas que promovem as quedas contínuas, provenientes de contactos físicos insuficientes para o sucedido, dilatando a carência do espetáculo.

A intensificação da atividade desportiva gera contrariedades e imprecisões, contudo a recomendação é criar discussões contínuas em torno do âmbito regional que conte com diferentes contributos e visões com a finalidade de debater, diagnosticar e aplicar medidas que eliminem a conduta antidesportiva. A ação disciplinar com o cartão previne, pune e aumenta o risco de exclusão perante o relatado. Os clubes têm a responsabilidade de agir e sensibilizar os seus praticantes e treinadores a promoverem uma prática que não inclua padrões aniquiladores.

Em síntese, caso o cenário não seja revertido seguimos uma tendência qualitativa decrescente, isto é, jogadores e treinadores com défice de competências e incapacitados de atuar em contextos nacionais e internacionais. Somos insulares talentosos e aptos para o crescimento sustentado, porém é obrigatório suprimir os elementos destrutivos do futebol.