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Campanha de Lula diz que Bolsonaro pode questionar resultado das urnas

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A campanha de Lula da Silva denunciou hoje que o Presidente Jair Bolsonaro está a seguir uma "tática" para questionar o resultado das urnas, no caso de uma derrota no domingo.

"Estamos vivendo eleições no Brasil que são mais do que isso, são uma encruzilhada histórica", advertiu o ex-ministro da Educação do Governo de Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, coordenador do programa governamental da candidatura de Lula, numa reunião com correspondentes em São Paulo.

Mercadante disse que Bolsonaro  está a seguir "duas táticas" que decorreram em paralelo ao longo desta campanha "longa e dura".

"Uma é contestar as eleições e tentar ganhar dentro das regras, e a segunda é questionar o resultado inspirado pela sua grande referência", disse referindo-se ao ex-presidente dos EUA Donald Trump.

O ex-ministro brasileiro mencionou as suspeitas que o Presidente brasileiro vem semeando há meses sobre a legitimidade das urnas eletrónicas e sobre as ações do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal, que Bolsonaro acusa de favorecer o seu adversário.

Recentemente, o capitão reformado do exército voltou a pôr em causa o processo eleitoral após a sua campanha ter afirmado ter sido prejudicada na transmissão de propaganda eleitoral gratuita, a que os candidatos têm direito.

Esta queixa foi indeferida pelo sistema de justiça eleitoral por falta de consistência.

"Quanto mais ele se sente ameaçado pela derrota, mais este tipo de comportamento aparece na campanha de Bolsonaro", disse Mercadante.

Neste sentido, a campanha de Lula assegurou que eles estão "preparados" para qualquer eventualidade e salientou que é "importante" que a comunidade internacional "imediatamente" reconheça o resultado.

"Todas as forças representativas do país não admitem qualquer recuo. O mundo não o permitirá, todas as mensagens já foram dadas", disse.

"Há um movimento muito forte para respeitar os valores da democracia e da soberania do voto popular. O mundo espera isto e nós vamos exigi-lo", acrescentou.

Luiz Inácio Lula da Silva venceu a primeira volta das eleições com 48,4% dos votos e Jair Bolsonaro recebeu 43,2%, pelo que os dois candidatos terão de se enfrentar numa segunda volta marcada para 30 de outubro.