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Macron defende na sexta-feira mais controlo sobre países da UE com fronteiras externas

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O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai defender, na reunião dos ministros da Administração Interna da União Europeia (UE), na sexta-feira, em Tourcoing, França, mais pressão sobre países com fronteiras externa, para controlar melhor a entrada de imigrantes sem documentos.

O ministro da Administração Interna francês, Gérald Darmanin, explicou, em entrevista ao jornal La Voix du Nord, hoje publicada 'online', que o Conselho de Ministros que está a ser preparado para 02 e 03 de fevereiro, em Tourcoing e em Lille, tem, para ele, um objetivo.

Trata-se de "analisar os meios para impor um melhor controlo aos países que têm fronteiras externas da UE", que, detalhou, implica o registo de todos os estrangeiros que entrem em território europeu e partilhar essa informação com os parceiros.

Em contrapartida, os restantes Estados-membros aceitariam pagar "uma parte dos custos do controlo das fronteiras e uma parte dos custos dos requerentes de asilo", apontou o governante.

Esta medida está prevista no pacto migratório proposto por Mácron, no âmbito da presidência semestral francesa do Conselho da EU, que vai defender perante os ministros dos Estadoso-membros, em Tourcoing, com o objetivo de que possa ser adotado em março.

O ministro Darmanin considerou que aquele pacto "revoluciona" as regras do espaço Schengen e que está entre as grandes prioridades do Presidente francês para as próximas semanas, sabendo que a imigração ilegal será uma das questões-chave da campanha para as eleições presidenciais francesas, em abril.

O ministro francês da Administração Interior salientou que desde há 20 anos que se verifica um aumento do número de pessoas que querem vir para a UE e essa tendência, na sua opinião, não vai mudar, porque existem inúmeras ditaduras no mundo, há cada vez mais refugiados climáticos e a UE é atrativa pelas suas condições de trabalho e educação.

Perante esta realidade, Darmanin desqualifica quem promete "zero imigrantes", porque "não é possível", sublinhando que, apesar de não se poder acomodar "toda a miséria do mundo", é preciso determinar quantas pessoas podem ser autorizadas a entrar na UE, bem como garantir-lhes uma solução habitacional, sem os concentrar em bairros, como foi feito anteriormente e que agora são focos de conflito.