Resposta do PAN a Henrique Costa Neves

Por vezes surgem vozes dum tempo distante e esta semana está a ser profícua nisso mesmo. Se Miguel Albuquerque acenou com o fantasma da independência, Henrique Costa Neves com a sua carta “Os delírios do PAN” trouxe à coação a sua verdade, recordando-nos um ditado muito português “Em boca fechada não entra Mosca nem saem asneiras”.

Henrique Costa Neves afirma peremptoriamente, que PAN não gosta do mundo rural e que pretende destruir o mundo rural. Sr. Eng., o PAN é um partido que surge em espaço urbano para promover a qualidade de vida ambiental neste espaço em harmonia com o espaço rural.

- Esquece-se o Sr. Engenheiro que grave grave é o barco não ter aportado porque o seu partido não capacitou a Madeira (ilha oceânica) de portos capazes de em condições adversas permitirem a atracagem de navios, assim como talvez também não compreende que quando uma viagem de barco de 3 dias passa a 7 certamente que a alimentação não sobra.

Compreendemos que por vezes com à velocidade que as notícias passam, muitas delas acabam por ser lidas na diagonal e de outras apenas leiamos os títulos. O PAN não defende que o gado deva circular livremente pelo convés, até porque o PAN entende que o gado não deve ser transportado por via marítima, nem aérea. Para nós, o bem-estar dos animais não é uma moda mas sim uma questão civilizacional e o transporte de animais vivos é uma parte inseparável do bem-estar dos animais, não só para o PAN, mas também imagine lá o Sr. Eng., para a UE – que recentemente aprovou as recomendações finais da comissão de inquérito sobre a proteção dos animais durante o transporte.

O PAN tem consciência da dimensão social do que defende e como isto afetará as pessoas, mas já no passado outras questões afetaram as pessoas e hoje afetar-nos-ia a todos se fossem revertidas – escravatura – misoginia – igualdade de direitos – liberdade sexual – liberdade religiosa – violência doméstica (aliás dizia o povo que entre marido e mulher ninguém mete a colher) entre outras conquistas civilizacionais.

Estamos numa era de extremismos e com espanto ou não, verificamos que V.Exa se junta ao clube dos demagogos, que procuram diminuir e ridicularizar aqueles que não pensam como vós, como se fossem “patetas” por defenderem o fim do sofrimento animal, mas atribuindo-nos características animais “… pugnar de forma raivosa…”.

Permita-me Sr. Eng. dizer-lhe que em vez de escrever textos com cheiro a mofo e desprovidos de seriedade, seria muito mais útil à sociedade se saísse do tempo passado e chegasse finalmente ao presente, poderemos debater esse assunto ao almoço no Lagar ou no Barqueiro.

Quanto ao receio que o coloquem num asilo, permita-me dizer-lhe que cuidei do meu pai e da minha mãe até ao seu último segundo e nunca me passou pelo cabeça colocá-los em tal sítio e a casa está lá vazia, como que um tributo emocional a um mundo de memórias que é meu e de meus irmãos.

Assim como não coloco em causa Portugal, também não abdico de participar na construção dum Portugal melhor.

Joaquim José Sousa – Porta Voz do PAN Madeira